Tecnologia facilita o cultivo de ostra nativa no Nordeste

De acordo com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE) apresentaram a Mesa Ostranne, uma nova ferramenta para impulsionar a malacocultura na região. Desenvolvida como parte do projeto "Ostranne", liderado pela pesquisadora Angela Legat, a Mesa Ostranne promete revolucionar a produção de ostras nativas na região, especialmente da espécie Crassostrea gasar.

A Mesa Ostranne é uma solução simples e de baixo custo que facilita o acesso às ostras independentemente da variação da maré, reduzindo o esforço dos produtores. Além disso, ela pode ser movida para a margem ou outros locais de manejo, protegendo os moluscos de condições adversas como alta salinidade e correntes fortes.

Estudos realizados com a nova tecnologia mostram que as ostras cultivadas nas mesas flutuantes alcançam maior crescimento e taxa de sobrevivência em comparação com as criadas em estruturas fixas. No parque aquícola norte de Sergipe, onde a tecnologia foi testada, 91% dos moluscos cultivados atingiram o tamanho comercial mínimo, enquanto apenas 14% dos criados em mesas fixas alcançaram o mesmo resultado.

A malacocultura tem ganhado destaque no Norte e Nordeste do Brasil, enfrentando desafios para se estabelecer de forma competitiva. A Mesa Ostranne surge como uma peça fundamental para impulsionar o setor, oferecendo uma alternativa eficaz e sustentável para os produtores.

O lançamento oficial da nova tecnologia pela Embrapa está agendado para o dia 25 de abril, durante as comemorações de seus 51 anos de atividade. O projeto Ostranne conta com financiamento da Finep, ligada ao MCTI.

Apesar do crescimento da produção mundial de animais aquáticos cultivados, incluindo moluscos, a malacocultura brasileira ainda enfrenta desafios, especialmente nas regiões tropicais que necessitam de adaptações às condições climáticas locais. Nesse sentido, a Mesa Ostranne representa um avanço importante, oferecendo uma solução adaptável e eficiente para os produtores do Nordeste do Brasil.