Preço do leite ao produtor segue em alta, acumulando valorização de 13% no trimestre
Redução de 21,7% na média do período comparado a 2023

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290 o litro na Média Brasil. Esse valor representa um aumento de 4,1% em relação ao mês anterior, porém é 20,3% menor se comparado com o mesmo período do ano passado, em termos reais - ajustados pelo IPCA de março.
Com essa variação, o preço ao produtor acumula um crescimento real de 12,9% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Cepea. No entanto, a média dos três primeiros meses de 2024 está 21,7% inferior ao mesmo período de 2023.
O movimento de alta nos preços pagos ao produtor do leite completa cinco meses consecutivos, o que é atribuído à redução da oferta no campo. Essa diminuição na produção foi causada, em parte, pelo clima adverso de seca e calor, bem como pela redução das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que resultou em menos investimentos na produção.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea continuou diminuindo, com uma queda de 2,5% de fevereiro para março e uma redução acumulada de 7,5% no primeiro trimestre. Esse cenário acirra a competição entre laticínios e cooperativas pela matéria-prima.
Apesar da valorização do leite cru, os preços dos derivados lácteos não subiram na mesma proporção. Em março, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela aumentaram 3,9% e 0,3% no atacado de São Paulo, respectivamente. A demanda ainda sensível por parte dos consumidores está pressionando a indústria a manter os preços mais baixos.
No entanto, a queda nos valores do leite UHT e da muçarela no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado, foi de 10,4%. As importações continuam sendo um tema relevante, apesar da redução, o volume importado ainda é maior do que no ano anterior.
A perspectiva dos agentes de mercado é que o aumento nos preços pagos aos produtores de leite desacelere em abril.
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Luis Roberto Toledo
Jornalista especializado em Agronegócio
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