Empresas podem transportar cargas de soja do Rio Grande do Sul para outros portos
Portos do Rio Grande do Sul reduzem calado de graneleiros para 12,8 metros devido às fortes chuvas no Estado.

As enchentes no Rio Grande do Sul estão prejudicando o transporte da safra de soja pelo porto de Rio Grande. Em vista disso, especialistas em logística já consideram a possibilidade de transferir as cargas para outros portos.
Não houve interrupção nas operações portuárias, conforme afirmado pela autoridade responsável. Em 2020, uma operação de dragagem em Rio Grande aumentou a profundidade para 15 metros, possibilitando a atracação de navios de até 70 mil toneladas.
Contudo, devido às condições atuais, a Portos RS reduziu a profundidade para 12,8 metros nos terminais da Bunge, Bianchini e Termasa/Tergrasa devido às correntezas. Apesar de ainda receber navios de grande porte, operar na capacidade máxima não é aconselhável por questões de segurança.
A Wilson Sons relata que as atividades em Rio Grande estão normais. No entanto, há planos para possíveis embarques de soja nos portos de Imbituba, São Francisco do Sul (em Santa Catarina) e Paranaguá (no Paraná).
De acordo com Cesar Anderle, associado do Sindibento, já há propostas de fretes para São Francisco do Sul e Paranaguá, embora Rio Grande ainda seja a opção mais atrativa. Enquanto isso, a Agribrasil, proprietária de um terminal em São Francisco do Sul, não notou ainda um deslocamento das cargas do Rio Grande do Sul para lá.
Da mesma forma, Paranaguá ainda não registrou a chegada de caminhões procedentes de Rio Grande, afirma Luiz Fernando Garcia da Silva, da Portos do Paraná. No entanto, ele não descarta a possibilidade de redirecionamento de cargas para o terminal paranaense.
Silva destaca que o principal problema em Rio Grande no momento é o acesso ao porto, que depende principalmente de rodovias. As inundações têm dificultado o transporte, tanto para chegar ao porto quanto para sair do estado.
Com as cheias no Rio Grande do Sul, os desafios logísticos já se apresentam antes mesmo do grão chegar ao porto. Em áreas de recebimento, os caminhões aguardam espaço para descarregar, mas o processo é lento devido à umidade excessiva da soja.
A extensão dos prejuízos na safra de soja do Rio Grande do Sul ainda é incerta, pois depende das condições das áreas ainda não colhidas e dos danos nos silos. As inundações afetaram regiões rurais do estado em um momento de baixa comercialização.
De acordo com Paulo Pires, da Fecoagro, os produtores não estavam vendendo soja. Ele destaca que historicamente o Rio Grande do Sul tem poucas vendas no mercado futuro, pois o clima na região é propenso a contratempos.
Pires menciona que, das últimas cinco safras, somente uma não teve problemas - a de 2021. Nas temporadas seguintes, houve alternância de períodos de seca e chuvas excessivas.
As vendas futuras geralmente representam cerca de 30% da safra de soja do estado, aproximadamente 6 milhões de toneladas, mas é improvável que esse volume seja alcançado, conforme explica Pires.
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Por Luciana Franco e Carolina Mainardes — São Paulo e Ponta Grossa (PR)
Jornalista especializado em Meio Ambiente
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