Voltar
Meio Ambiente
3 min de leitura

Amazônia pode impulsionar um novo ciclo econômico verde e gerar bilhões ao Brasil, aponta relatório da SB COP

Documento revela que a floresta tem potencial para ampliar o PIB, criar empregos e expandir setores estratégicos ligados à bioeconomia e à transição energética.

Acro Rodrigues10 de dezembro de 2025 às 00:00
Amazônia pode impulsionar um novo ciclo econômico verde e gerar bilhões ao Brasil, aponta relatório da SB COP

Um levantamento recém-divulgado pela Sustainable Business COP (SB COP), iniciativa conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que transformar a Amazônia em um polo estruturado de desenvolvimento sustentável pode adicionar cerca de R$ 40 bilhões ao Produto Interno Bruto do Brasil e abrir mais de 300 mil novos postos de trabalho. O estudo estima ainda que esse movimento permitiria preservar mais de 80 milhões de hectares de floresta nativa, mantendo a região no centro das políticas climáticas globais.

As análises fazem parte do SB COP Legacy Report, documento que será apresentado oficialmente no estande da CNI durante a COP30, em Belém (PA). O material reúne as conclusões de oito grupos de trabalho criados ao longo do ano com o objetivo de acelerar a agenda climática e aumentar a participação do setor privado nas negociações internacionais.

O relatório traduz desafios globais em propostas concretas para o Brasil, especialmente para a Amazônia, apontando caminhos para modernizar setores estratégicos e ampliar a competitividade da economia verde. A elaboração envolveu perspectivas de bioeconomia, energias renováveis, finanças sustentáveis, empregos verdes, saúde e contabilidade de carbono.

Vista aérea da Amazônia com áreas de floresta preservada e cadeias produtivas sustentáveis.

Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, o engajamento industrial é parte central dessa transformação. O documento destaca que a região amazônica reúne oportunidades únicas para investimentos em setores como mineração de baixo impacto, agricultura sustentável, energia limpa e exploração responsável dos recursos florestais — pilares que podem impulsionar uma nova fase de crescimento para o país.

O estudo reúne uma série de iniciativas que comprovam o potencial transformador do setor privado. Entre elas, o modelo da Natura &Co, que utiliza estruturas de blended finance para proteger mais de 2 milhões de hectares de floresta, combinando recursos privados, públicos e filantrópicos em investimentos de impacto.

Outro exemplo é o programa Green Offices 2.0 da JBS, voltado à regularização ambiental e ao suporte produtivo de milhares de propriedades rurais. A estratégia oferece assistência técnica descentralizada para pequenos e médios produtores, promovendo uma transição eficiente para o agronegócio sustentável.

A Schneider Electric, em parceria com o SENAI, implementa a iniciativa Access to Energy, que promove capacitação em habilidades voltadas para energia limpa e já levou eletrificação solar a comunidades antes isoladas. Ao todo, o projeto já impactou mais de 2,6 mil pessoas e pretende qualificar 74 mil jovens até 2028.

A Vale também tem participação relevante com o programa Waste to Value, iniciativa desenvolvida em Carajás para estimular práticas de circularidade na mineração. Já a Aegea Saneamento contribui com o projeto Trata Bem Barcarena, que acelera a universalização do fornecimento de água na Amazônia por meio de financiamento privado.

Além dos impactos diretos na economia e na geração de empregos, o Legacy Report destaca que o novo marco legal do mercado de carbono no Brasil (Lei nº 15.042/2024) pode trazer aproximadamente US$ 320 bilhões em receitas ao longo das próximas três décadas.

  • 1Criação e aperfeiçoamento de políticas públicas e marcos regulatórios;
  • 2Ampliação de linhas de financiamento e incentivos verdes;
  • 3Fortalecimento das cadeias de valor sustentáveis;
  • 4Garantia de serviços essenciais, como saneamento e energia;
  • 5Promoção de empregos e formação de mão de obra em habilidades verdes.

O chair da SB COP, Ricardo Mussa, reforça que o documento não encerra o debate, mas marca uma etapa crucial para orientar os próximos passos. Ele ressalta que a continuidade do diálogo entre empresas, governos e investidores será determinante para que o Brasil aproveite todas as oportunidades e consolide sua liderança global na agenda climática.

A SB COP nasce com essa proposta: garantir que o compromisso firmado agora se transforme em resultados permanentes e capazes de impulsionar um futuro sustentável e competitivo para o país.

Não perca nenhuma notícia!

Receba as principais notícias e análises diretamente no seu email. Grátis e sem spam.

Ao assinar, você concorda com nossa política de privacidade.

Gostou desta notícia? Compartilhe!

Mais de Meio Ambiente