Visão geral do mercado global de laticínios
Os preços do leite na fazenda estão prontos para se recuperar após atingirem baixa de três anos em outubro de 2024

O banco global renomado Rabobank, com forte atuação no setor agroindustrial, divulgou o Global Dairy Quarterly Q1 2024, um estudo completo que analisa as tendências e desafios do mercado global de leite. O estudo foca nos sete principais exportadores mundiais: União Europeia, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai.
No Brasil, o estudo aponta uma redução na produção de leite durante o primeiro trimestre de 2024. Os preços menores do leite na fazenda e as condições climáticas adversas estão impactando as margens dos produtores nesse período. A expectativa é de uma diminuição de quase 1% na produção de leite em comparação com o mesmo período de 2023.
O clima, caracterizado por altas temperaturas e escassez de chuvas, continua a afetar o setor de laticínios no Brasil, prejudicando o bem-estar dos animais e reduzindo a produção de leite. As condições climáticas também têm limitado o crescimento das pastagens. A previsão é que a transição para um estágio neutro entre abril e junho, com a possibilidade de ocorrência de um evento La Niña em junho-agosto de 2024 estimada em 55%, de acordo com a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica).
Os preços do leite na fazenda, que registraram uma baixa de três anos em outubro de 2024, estão se recuperando. Há a expectativa de aumento nos preços no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma mudança após o período em que os valores ficaram abaixo de R$ 2/litro pela primeira vez desde 2021.
Quanto aos custos de produção, as projeções para o primeiro semestre de 2024 são positivas. A demanda mais moderada da China deve ajudar a manter os preços do milho mais baixos, enquanto os preços do farelo de soja podem apresentar queda. No geral, as margens dos produtores devem se beneficiar nos próximos meses, impulsionadas pelos maiores preços do leite, normalização do clima e custos de ração mais baixos. A estimativa é de uma produção de leite em 2024 que supere em 0,5% os níveis de 2023.
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Leonardo Gottems
Jornalista especializado em Agronegócio
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