Não há motivo para segurar a soja
Aproveite as altas em Chicago: nossa recomendação

Conforme informações divulgadas pela TF Agroeconômica, segurar a soja neste ano não está sendo vantajoso, mesmo diante das altas registradas na semana. Se os produtores tivessem vendido a soja logo após a colheita, teriam obtido um rendimento de R$ 122,23 em maio. No entanto, no momento atual, o preço da saca em Passo Fundo está em R$ 117,00, resultando em uma perda real de 4,28%. Em Cascavel, no Paraná, o valor seria de R$ 115,17, porém o preço praticado é de R$ 114,00, com uma perda de 1,01%.
Apesar das altas registradas tanto no mercado interno quanto em Chicago nesta semana, influenciadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que causarão prejuízos para os 24% restantes da colheita e dificultarão as entregas das exportações programadas para maio, junho e julho, a perspectiva de médio e longo prazo aponta para uma queda no mercado, devido ao aumento considerável da oferta global.
As Tradings provavelmente buscarão em outros portos brasileiros os lotes que não puderem exportar pelo Rio Grande, e o comprador final praticamente não notará a diferença, não necessitando aumentar consideravelmente os preços. No mercado interno, pode ocorrer um leve aumento nos preços. Portanto, a recomendação é aproveitar as altas em Chicago e no mercado interno para fixar preços lucrativos enquanto ainda estão disponíveis.
Os principais fatores que contribuem para a queda são a grande oferta mundial e o fortalecimento da economia norte-americana, que mantém o dólar valorizado e reduz a competitividade da soja brasileira. A cotação do dólar no Brasil apresentou quedas de 2,37% no mês, 0,91% na semana e 0,85% nesta sexta-feira. Globalmente, os estoques finais estão em aumento, passando de 93,09 MT na safra 21/22 para 101,31 na safra 22/23 e atingindo 114,22 MT na safra 23/24, indicando um aumento progressivo nos estoques mundiais de soja.
Para o lado positivo, as enchentes no Rio Grande do Sul, os atrasos na colheita da Argentina e o aumento de B10 para B12 no Brasil estão estimulando a demanda e o esmagamento de soja, resultando em uma leve alta. As cotações da soja em Chicago subiram 4,91% no mês, 3,64% na semana e 0,99% no dia, enquanto no Brasil os preços aumentaram 1,64% no mês, 2,1% na semana e 0,94% no dia.
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Leonardo Gottems
Jornalista especializado em Agronegócio
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