A tragédia pode resultar em aumento dos preços dos alimentos
Economistas já estão realizando revisões nos índices de inflação de alimentos essenciais

Diante do agravamento da tragédia no Sul, os economistas estão aumentando suas projeções de alta nos preços dos alimentos para 2024. Fabio Romão, responsável pela cobertura de inflação na LCA Consultores, elevou sua estimativa para a variação na alimentação no domicílio em 2024 de 3,9% para 4,5%. A XP Investimentos também aumentou a expectativa para a alimentação no domicílio, de 3,8% para 4,5%, enquanto o Santander elevou o "tracking" para esse grupo de uma alta de 3,3% para 3,8% em um comunicado aos clientes.
Romão destaca a importância do Rio Grande do Sul na produção, principalmente do arroz, o que explica os efeitos nos preços dos produtos agropecuários. Ele afirma que a projeção considera os efeitos vistos até o momento, mas pode haver mais impacto no futuro. O aumento mais significativo é previsto para o preço do arroz, com uma alta de 4% em 2024, em comparação com a estabilidade anterior. Além disso, outras previsões foram ampliadas para diversos produtos, como farinhas, leite, carnes, óleos, gorduras e frutas, devido a problemas de logística na colheita e distribuição. A perspectiva é de uma alta na alimentação em 2024, ainda abaixo da média dos últimos dez anos.
O aumento nas projeções de preços dos alimentos não afetou as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no momento, devido a revisões para baixo em outros itens. A visão de alta nos preços dos alimentos para 2024 não é unânime, com alguns economistas, como Luis Otávio Leal, prevendo um efeito temporário que tende a se diluir ao longo do ano. Leal destaca possíveis problemas de qualidade no armazenamento do arroz e interrupções logísticas nas rodovias gaúchas que impactam o preço e a oferta de produtos. Sua projeção mais pessimista para a alimentação no domicílio contrasta com a visão do restante do mercado.
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Por Lucianne Carneiro — Rio
Jornalista especializado em Agronegócio
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