Colheita de laranja atinge menor volume em mais de três décadas devido ao clima desfavorável e greening
Estoques de suco nas processadoras brasileiras podem esgotar completamente até 2025

Agentes do setor citrícola nacional consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP já esperavam uma diminuição na colheita de laranjas na safra 2024/25. No entanto, a queda expressiva de 24,4% na produção em relação à temporada anterior, divulgada pelo Fundecitrus neste mês, foi surpreendente.
O polo produtor de São Paulo e Triângulo Mineiro prevê colher 232,38 milhões de caixas, o menor volume desde 1988/89. Essa redução significativa se deve ao clima desfavorável, com altas temperaturas, déficit hídrico e um aumento na incidência da doença greening nos pomares.
Com a baixa oferta de frutas em 2024/25, o Cepea estima que os estoques de suco de laranja nas processadoras brasileiras poderão se esgotar até o final da safra, em junho de 2025, mesmo considerando uma redução nas exportações e uma provável diminuição da participação no mercado de mesa. Os pesquisadores do Cepea alertam que, caso isso se confirme, o abastecimento global de suco de laranja estará comprometido, já que o Brasil não tem concorrentes com produção significativa suficiente para suprir a escassez na oferta nacional.
Devido à sinalização de um cenário de oferta inferior à demanda no mercado de laranjas para a indústria ao longo deste ano, os preços no spot e para novos contratos de 2024/25 operam em níveis recordes reais desde o início de 2024, conforme indicado por levantamento do Cepea. Nesta quinta-feira (16/5), o indicador do Cepea para a laranja destinada à indústria estava em R$ 69,11 por caixa de 40,8 quilos, refletindo um aumento de 18,48% desde o início do mês.
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Por Marcelo Beledeli — Porto Alegre
Jornalista especializado em Agronegócio
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