No meio do caos provocado pelas chuvas intensas no Rio Grande do Sul, outros estados da federação e seus cidadãos têm demonstrado criatividade ao buscar formas inovadoras de auxiliar os gaúchos. Diante das dificuldades de acesso ao estado, com muitas rodovias e aeroportos interditados, o Paraná decidiu permitir que os gaúchos comercializem produtos agroindustriais em seus municípios. A Portaria Nº 1.114 da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária autorizou temporariamente essa prática.

Alinhada a essa autorização, a Adapar, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, enviou uma declaração ao Ministério e disponibilizará em seu site oficial uma lista dos estabelecimentos gaúchos aptos a comercializar esses produtos, garantindo a qualidade e segurança alimentar para os consumidores. As agroindústrias do Rio Grande do Sul precisam possuir selo de inspeção municipal ou estadual para participar desse processo.

Essa decisão foi tomada após solicitação da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) para flexibilização das regulamentações vigentes, visando assegurar a continuidade das vendas dos produtos de origem animal gaúchos. O assunto foi discutido entre Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e o Ministério da Agricultura.

O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, afirmou que essa medida será benéfica para as pequenas empresas, permitindo a venda dos produtos em diversos estados brasileiros. As autorizações da Portaria têm validade de 90 dias. Mariza Koloda, gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Adapar, destacou que essa iniciativa representa um avanço na busca por soluções rápidas e eficazes diante dos desafios enfrentados no Rio Grande do Sul.

De acordo com informações da AGL, a maioria das agroindústrias familiares depende de diversos canais de comercialização, que foram afetados pelas chuvas em todas as regiões. Produtores tiveram prejuízos com perda de animais, lavouras e estruturas.