Preço do arroz sobe devido a incertezas sobre safra
Preços do cereal registram aumento de 2,4% no Rio Grande do Sul nos últimos sete dias

Diante das incertezas em relação ao impacto das enchentes na produção de arroz no Rio Grande do Sul nesta safra, os preços do cereal aumentaram 2,4% na última semana no Estado, atingindo a média de R$ 109,61 a saca de acordo com o indicador Cepea/IRGA-RS.
Essa valorização é 24% maior em comparação ao mesmo período do ano passado, porém, não está relacionada à catástrofe no Estado. Desde meados de 2023, devido a problemas de oferta, o preço do arroz já estava em alta.
Diversos fatores, como questões climáticas e recordes nas exportações, ocasionaram uma redução significativa nos estoques finais da safra brasileira 2022/23, estimando-se que chegarão a 500 mil toneladas ao final do ciclo. Tanto a oferta quanto a demanda costumam girar em torno de 10 milhões de toneladas por safra. "Em janeiro, durante a entressafra, a saca de arroz chegou a ficar mais cara que a de soja pela primeira vez, ultrapassando os R$ 180 em algumas regiões", disse o analista Evandro Oliveira, da Safras & Mercado.
Com a colheita atrasada devido ao excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional, os preços subiram para R$ 104 a saca em abril, comparados aos R$ 99 do mês anterior. Oliveira acreditava que a situação se ajustaria antes das últimas chuvas, porém a incerteza em relação aos preços e disponibilidade do produto aumentou.
Para evitar especulações, o governo federal autorizou a Conab a importar até 1 milhão de toneladas de arroz, enquanto a indústria se prepara para trazer 75 mil toneladas da Tailândia. Segundo a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, há estoque suficiente para atender a demanda nacional, apesar dos desafios enfrentados pela região mais afetada pelas chuvas.
Estima-se que 23 mil hectares de arroz tenham sido perdidos devido às inundações, com uma projeção de produção de 7,15 milhões de toneladas pelo Irga. Apesar das perdas, Oliveira não prevê um impacto significativo e destaca a importância de desbloquear as estradas para garantir o abastecimento em todo o país.
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Por Fernanda Pressinott — São Paulo
Jornalista especializado em Agronegócio
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