Um estudo da Embrapa revelou que 28 milhões de hectares de pastagens no Brasil estão degradados, em um total de 177 milhões de hectares. O Ministério da Agricultura pretende transformar 40 milhões desses hectares em áreas agrícolas em uma década. Nesse cenário, o aluguel de terras para usinas de energia solar surge como uma opção rentável e sustentável para os proprietários.

O mercado de energia solar no Brasil está em expansão, com 35 gigawatts de potência instalada, correspondendo a 15,9% da matriz elétrica nacional. O setor rural já contribui com mais de 15% da geração solar do país, apesar de representar menos de 9% das usinas de energia. Marciliano Freitas, CEO da Desperta Energia, destaca que essa é uma alternativa tanto para áreas com baixa produtividade quanto para produtores rurais interessados em obter renda estável.

As usinas que seguem a legislação da GD 2, projetos protocolados após 7 de janeiro de 2023, apresentam retorno acima das aplicações financeiras, mesmo com o aumento gradual da tributação prevista. Projetos protocolados na chamada GD 1 (antes de 07/jan/2023) têm retorno ainda maior, podendo superar os 20% ao ano dependendo da localização da usina.

O arrendamento de terra para usinas solares proporciona um retorno de aproximadamente R$2 mil por hectare, dependendo da região, tornando-se atrativo para áreas pouco produtivas. Esse fluxo de caixa estável ajuda a cobrir os custos fixos da propriedade.

O contrato de arrendamento é firmado entre o proprietário da terra e uma empresa, pessoa física, cooperativa ou associação de consumidores. O proprietário recebe uma compensação financeira pelo uso da terra, enquanto o arrendatário não precisa se responsabilizar pelos custos elevados de aquisição do terreno para instalar os painéis solares. Geralmente, essas usinas são operadas por consórcios ou associações de consumidores, representados por uma empresa especializada na atividade.