Em 2023, a indústria química brasileira enfrentou desafios devido à menor demanda global, ocasionada por uma recessão na Europa, inflação nos Estados Unidos e recuperação limitada na procura chinesa. Apesar desses obstáculos, o Brasil se mantém como líder na região e entre as sete maiores do mundo, embora tenha perdido sua posição para a Índia.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o setor representa 11% do PIB industrial e tem potencial de crescimento impulsionado pela eficiência energética e climática. Estimular o uso de fontes renováveis pode reduzir custos e posicionar o Brasil como líder em uma transição energética sustentável, com o setor faturando atualmente cerca de US$190 bilhões.

Apesar do regime especial (Reiq), a indústria química enfrenta forte concorrência. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa os impostos sobre faturamento variam de 20% a 25%, no Brasil, a taxa é de 40% a 45%. Além disso, o setor lida com matéria-prima até 4 vezes mais cara em comparação com concorrentes estrangeiros.

O diretor-presidente da Katrium Indústrias Químicas, José Rosenberg, ressalta que, apesar das recentes conquistas, a indústria química nacional necessita de mais incentivos para aumentar sua competitividade, especialmente considerando que metade da produção é destinada à exportação, tornando-a dependente do cenário internacional de negócios.

José Rosenberg comentou: “Metade do que produzimos no país é exportado. Consequentemente, a dependência do ambiente internacional de negócios é relevante. Também é indispensável na fabricação de tintas, produtos de limpeza, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, medicamentos e até mesmo no processo da indústria do chocolate. Ou seja, vários segmentos industriais dependem diretamente da indústria química. Quando a indústria nacional tem bom desempenho, de modo geral, também a indústria química colhe bons frutos.”