Consequências das intensas chuvas no estado geram crise emergencial
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise devido às fortes chuvas que têm atingido o estado desde o final de abril. Os danos das inundações afetam principalmente o setor agrícola, prejudicando a colheita de culturas importantes.
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As chuvas persistentes e abundantes castigaram o estado desde o dia 27 de abril, com alguns locais registrando números alarmantes. Em Bento Gonçalves, por exemplo, a quantidade de chuva chegou a 543,4 mm, enquanto em Porto Alegre foram acumulados 258,6 mm em apenas três dias, equivalente a mais de dois meses de precipitação.
Diversos fatores climáticos, incluindo o fenômeno El Niño, contribuíram para essa situação, com bloqueio de frentes frias e áreas de instabilidade concentradas no RS. Projeções meteorológicas indicam a chegada de um novo sistema frontal na próxima quarta-feira com chuvas intensas previstas nas regiões dos Vales, Metropolitana e Serra Gaúcha.
O estado, que é o segundo maior produtor de soja do Brasil, enfrenta grandes desafios devido às inundações. Parte da colheita já realizada, estava em cerca de 70% da área total cultivada. No entanto, os 30% restantes, correspondendo a cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas, ainda não foram colhidos.
Essa situação coloca em risco uma parte significativa da safra do país, impactando os preços nos mercados internacionais. Além da soja, culturas como arroz e milho também sofrem com as chuvas, colocando em perigo uma porcentagem considerável das safras estimadas para o país.
A cadeia produtiva de carnes também está sendo afetada pelas inundações, com dificuldades no acesso a ração e insumos essenciais, bem como problemas no transporte de animais. A programação de abates nos frigoríficos está sendo prejudicada, e medidas alternativas estão sendo consideradas para contornar os desafios logísticos.