Perspectivas de recuperação do mercado: será possível?
Segundo dados divulgados pela TF Agroeconômica, segurar milho este ano não é mais vantajoso. A comparação entre os preços atuais pagos aos agricultores pelo milho e os custos de armazenamento até a próxima safra mostra que estão tendo prejuízo. Se tivessem colhido e vendido a primeira safra, teriam recebido cerca de R$ 57,52/saca em Cascavel, onde o preço atual é de R$ 48,00/saca, resultando em prejuízo de 16,55%. No Rio Grande do Sul, o preço é de R$ 54,00/saca em Passo Fundo, mas se tivessem vendido logo após a colheita, estariam recebendo cerca de R$ 65,38/saca, prejuízo de 21,07%. Na Bolsa de São Paulo, B3, o preço era em torno de R$ 74,00/saca em janeiro e agora está em R$ 57,15/saca, mostrando a importância de ter vendido naquela época no mercado futuro em São Paulo.
A questão principal levantada pela consultoria é se o mercado pode se recuperar. Houve impacto do clima adverso nas regiões de cultivo de milho safrinha no Brasil, o que pode resultar em uma safra menor e possíveis aumentos de preço. No entanto, é improvável que os preços atinjam o patamar observado em janeiro após a colheita.
O custo de produção da primeira safra, colhida em dezembro, gerou lucro de 30,65%. Em contrapartida, o lucro hoje é de apenas 0,90%, demonstrando a importância de ter vendido anteriormente. Para a segunda safra (safrinha), o custo de produção é de R$ 70,32/saca, com o preço na B3 para julho em R$ 66,77, implicando em prejuízo de 5,05%. Em janeiro, a cotação era de R$ 75,32, com lucro de 7,11%, ressaltando a utilidade do mercado futuro para obter lucros.