Emater-RS destaca desafios enfrentados por produtores na comercialização de sua produção
A colheita da soja no Rio Grande do Sul alcançou 78% da área, com avanço de 2 pontos percentuais em relação à semana anterior. No mesmo período do ano passado, o índice era de 85%, enquanto a média dos últimos cinco anos é de 89%, segundo o Informativo Conjuntural da Emater-RS.
As precipitações intensas entre 29 de abril e 4 de maio impactaram a produtividade, com áreas com rendimentos excelentes chegando a 5.400 kg/ha e outras com desempenho mediano em torno de 3.000 kg/ha. Porém, as chuvas comprometeram a colheita em 24% das áreas, com possíveis perdas de até 100% da produção restante, além de danificar infraestruturas de armazenagem de grãos.
A retomada da colheita foi gradual nas regiões Noroeste e Campanha, mas a qualidade dos grãos foi afetada pela umidade, tornando muitas lavouras economicamente inviáveis de serem colhidas. A erosão do solo devido ao excesso de chuvas também gerou prejuízos.
Apesar dos desafios climáticos, parte da safra, colhida antes das chuvas intensas de maio, está dentro da normalidade. Entretanto, as perdas nas 22% das áreas restantes podem atingir de 20% a 100%, influenciando negativamente na produtividade inicialmente estimada em 3.329 kg/ha.
Em Bagé, a maior região de lavouras do estado, ainda há cerca de 500 mil hectares para colher. Nas regiões com melhor drenagem, como na Campanha, a colheita foi retomada, porém as condições das estradas e a alta umidade durante o transporte dos grãos têm prejudicado o processo, acelerando a fermentação e causando danos aos grãos.
A situação é preocupante em municípios como Dom Pedrito, Caçapava do Sul e Bagé, onde a colheita foi afetada por diversos problemas, como alagamentos, falta de energia elétrica e escassez de combustível, representando riscos para a continuidade da atividade.