Chuva influenciou maioria dos extremos climáticos na América Latina em 2023

Episódios catastróficos no Brasil em destaque em levantamento da Organização Meteorológica Mundial no ano passado

Chuva influenciou maioria dos extremos climáticos na América Latina em 2023

De acordo com o relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) na quarta-feira (8/5), em 2023, ocorreram 67 desastres climáticos na América Latina e no Caribe, tendo o El Niño e o aquecimento global como principais responsáveis. Esse foi considerado o ano mais quente da história, com destaque para os impactos gerados. A maior parte dos eventos, 77% deles, envolveram tempestades e enchentes, seguidos por secas, deslizamentos de terra e incêndios.

A secretária-geral da OMM, professora Celeste Saulo, explicou que as condições do El Niño influenciaram significativamente o segundo semestre de 2023, contribuindo para um ano quente recorde e agravando os fenômenos na região. Essa situação é resultado tanto das alterações climáticas permanentes quanto do aumento na frequência e na intensidade dos eventos.

No Brasil, foram registrados 12 eventos climáticos extremos ao longo de um ano, incluindo ondas de calor, chuvas intensas, uma onda de frio, seca severa e um ciclone extratropical. Os impactos desses fenômenos prejudicaram a agricultura, com oscilações entre estiagens e chuvas intensas afetando as plantações e ocasionando perdas para os produtores.

Além disso, a temperatura média na América Latina e no Caribe em 2023 foi 0,82ºC superior ao período de 1991 a 2020 e 1,39ºC mais quente do que entre 1961 e 1990, evidenciando o aquecimento global. Em países como México, Caribe e países da América do Sul, como Argentina, Peru, Bolívia, Chile e Paraguai, foram observados aumentos significativos de temperatura de 1°C a 3°C.