Enquanto a maioria das regiões de pecuária de corte está observando uma queda nos preços da arroba, Mato Grosso se destaca como um dos poucos lugares onde o valor do boi gordo se mantém estável, mesmo com a disponibilidade abundante de animais para abate. A demanda mais robusta na região, especialmente para exportações de carne, está contribuindo para conter a redução nos preços.

No sudeste de Mato Grosso, o preço da arroba bovina foi o único a subir dentre as 32 "praças" pecuárias avaliadas pela Scot Consultoria hoje (14/5). O valor bruto do boi gordo teve um aumento de 1,41% na variação diária, atingindo R$ 215 por arroba a prazo e R$ 212 à vista.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) destacou em um relatório que, apesar das escalas de abates prolongadas no Estado, o boi gordo à vista teve um acréscimo de 1,14% na semana passada.

Mesmo com o aumento nas programações de abate em Mato Grosso na última semana, devido à alta disponibilidade de animais, a oferta ainda é abundante no Estado com o maior rebanho bovino do Brasil. Esse cenário resultou no maior volume de abates já registrado em abril, com 619,68 mil cabeças, um aumento de 230,74 mil animais em relação à média histórica para o mês.

O recorde de exportações de carne bovina em abril também ajudou a manter o valor da arroba firme em Mato Grosso, com 74,99 mil toneladas exportadas.

No mercado em geral, as altas temperaturas e a escassez de chuvas em diversas regiões do país estão reduzindo a capacidade de alimentação do gado no pasto, resultando em um aumento na oferta que pressiona os preços do boi gordo.

Em São Paulo, a queda acentuada nos preços e as escalas de abate ao redor de 12 dias úteis mostram que a região está entre as mais afetadas pela situação. As indústrias frigoríficas paulistas estão adquirindo o suficiente apenas para completar os abates, o que intensifica a pressão de baixa.

Em municípios como Barretos (SP) e Araçatuba (SP), onde a Scot faz referência, o preço do boi gordo teve uma redução de 1,32% na comparação diária, atingindo R$ 227 por arroba a prazo.

Diante disso, a cotação do "boi China" também sofreu uma queda de R$ 3 por arroba, alcançando R$ 232 por arroba.

Na B3, a tendência de baixa no mercado físico também se reflete nos contratos futuros, com a maioria apresentando variações negativas. O contrato para maio/24 está cotado a R$ 225,45 por arroba, com uma queda de 0,09%.