Nova ferramenta para gestão de riscos do clima realiza projeções até o ano 2100

Software lançado pela WayCarbon permite quantificar impactos financeiros de eventos climáticos extremos

Nova ferramenta para gestão de riscos do clima realiza projeções até o ano 2100
Foto: Pixabay

O clima é fundamental para o desenvolvimento da soja, mas também pode ser prejudicial. O mesmo é válido para as áreas urbanas, que estão cada vez mais expostas a desastres ambientais, como o que afetou partes significativas das cidades do Rio Grande do Sul.

Devido à imprevisibilidade das condições climáticas, é essencial contar com ferramentas de inteligência para reduzir os impactos tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Esse é o propósito do novo recurso de gestão de risco climático da plataforma WayCarbon Ecosystem, que foi lançado no mercado nesta quinta-feira (10).

Segundo a companhia, essa solução é capaz de calcular as perdas financeiras decorrentes dos riscos climáticos e possibilita que as instituições gerenciem esses riscos.

Ao utilizar informações de diversas fontes e em diferentes escalas, o WayCarbon Ecosystem permite que empresas de todos os segmentos simulem e avaliem o impacto das mudanças climáticas até o ano de 2100.

Dessa forma, a plataforma utiliza diferentes áreas geográficas para determinar a probabilidade dos impactos associados aos riscos, como inundações, ondas de calor, secas e incêndios florestais, que afetam a infraestrutura, operações, cadeias de suprimentos e a sociedade.

"A ferramenta foi elaborada com base em todo o conhecimento e experiência adquiridos ao longo de muitos anos de consultoria nesse tema. Transferimos essa expertise para a solução, que facilita a manipulação de dados, avaliação e possibilita o gerenciamento de riscos e a geração de informações eficazes, inclusive para relatórios", explica Melina Amoni, gerente de Risco Climático e Adaptação da WayCarbon.

Melina destaca que o primeiro passo ao usar a plataforma é cadastrar os ativos, com a opção de diferenciar entre ativos próprios e de terceiros, por exemplo.

Ela ressalta que é viável incluir informações como setor, sub-setor e tipo de empresa para definir as atividades realizadas, seja para uma cooperativa agrícola ou uma indústria de processamento de soja.

"Posteriormente, são estabelecidas categorias que se adequam melhor ao negócio, como o porte da operação e características específicas. Após a inserção dos dados, a ferramenta fornece os resultados em forma de matriz, com projeções e indicadores de ameaças climáticas para criar a variável de impacto", explica Melina.

O software também aponta possíveis cenários, probabilidades, riscos e magnitude, realizando uma análise de métricas que consideram o valor do ativo, as perdas esperadas e o impacto financeiro por classe e setor, ou seja, os valores financeiros em risco de perda devido a desastres naturais.

"Eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes a cada trimestre, e estratégias de adaptação são urgentes não apenas pelos impactos financeiros e de reputação, mas principalmente pelos impactos sociais, de saúde, segurança e ambientais. A plataforma WayCarbon Ecosystem oferece autonomia para que todos esses fatores sejam considerados e tratados com a devida atenção pelas organizações", afirma Melina Amoni.

Essa solução digital permite a tomada de decisões estratégicas, como manutenção preventiva para evitar riscos, avaliação climática detalhada antes de decidir instalar fábricas ou plantações em determinado local, entre outras medidas.

A plataforma se baseia em evidências científicas, como as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

"Os eventos extremos recentes que testemunhamos no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil ressaltam a importância de identificar, prevenir e reduzir os riscos climáticos. Empresas e governos devem estar cientes de que, além de representar um risco social e ambiental, a mudança climática também representa um risco financeiro", conclui Melina.