Frutas do RS sofrem maior impacto das chuvas que ainda estão por vir; entenda por quê

Impacto negativo dos prejuízos a longo prazo nos pomares de maçã, pêssego e uva

Frutas do RS sofrem maior impacto das chuvas que ainda estão por vir; entenda por quê
Foto: Abrafrutas

Os estragos ocasionados pelas inundações nas plantações alagadas e nos armazéns destruídos são visíveis em importantes culturas agrícolas do Rio Grande do Sul, como soja, arroz e milho. O nível das águas está diminuindo no estado, porém o setor da fruticultura pode enfrentar perdas ainda maiores com as enchentes.

Francisco Schio, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), destaca a preocupação em relação à reação das plantas diante desse clima adverso. O temor principal é que a inundação das plantações provoque o apodrecimento das raízes, levando à morte das plantas em culturas relevantes no estado, como pêssego, maçã, uvas e citros.

As chuvas intensas podem resultar no aparecimento de prejuízos nas próximas safras, especialmente para o pêssego, cuja colheita ocorre principalmente em dezembro. As adversidades climáticas já haviam afetado a produção de pêssegos em 2022, e as recentes inundações agravaram a situação.

Em relação à produção de uvas, os vinhedos foram bastante impactados na Serra Gaúcha, região de grande importância na produção do estado. No entanto, os efeitos completos das chuvas recentes ainda podem surgir, mas a expectativa de ampliação da área de plantio pode minimizar os prejuízos na próxima safra.

Os produtores de maçã e citros, por outro lado, enfrentam perdas imediatas, visto que parte significativa da colheita de maçãs ainda não havia sido concluída antes das enchentes. Para os citros, a janela de colheita vai de outubro a novembro, e os danos podem se manifestar nos próximos meses.

Apesar das dificuldades em estimar o impacto exato das perdas e das restrições de acesso às áreas afetadas, os produtores estão buscando formas de se reerguer e renegociando suas dívidas. A incerteza sobre o futuro da atividade agrícola no estado é um ponto de preocupação, mas a garantia de abastecimento dessas frutas não está ameaçada.