Diminuição prevista no ritmo de ampliação do crédito rural para o produtor individual
Diferença entre crédito rural e agroindustrial em levantamento das instituições financeiras

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, houve um aumento de 6,6% na concessão de crédito rural e agroindustrial a produtores pessoa física no ano passado, totalizando R$ 224 bilhões. A previsão para 2024 aponta para um crescimento mais moderado, pois as margens de lucro dos produtores estão mais apertadas e as instituições financeiras têm aumentado as exigências para disponibilizar recursos.
Esse estudo engloba todos os tipos de crédito rural e agroindustrial oferecidos pelas instituições financeiras. Não são incluídos nesse cálculo os financiamentos obtidos pelos produtores rurais junto aos fornecedores, tradings ou no mercado de capitais.
César Júnior, responsável pelo desenvolvimento de negócios agro da Serasa Experian, destaca a importância do financiamento para a atividade agropecuária, que depende significativamente de recursos para garantir a continuidade das operações sazonais. No ano passado, observou-se um aumento na demanda por crédito devido às margens de lucro favoráveis aos produtores.
Ao comentar sobre a expectativa para 2024, ele ressaltou que a procura por crédito deve continuar, com possibilidade de um crescimento menos expressivo em comparação ao período anterior. Segundo o especialista, a grande maioria dos produtores mantém suas obrigações financeiras em dia e não há indícios de que as instituições financeiras irão restringir a concessão de crédito devido a oscilações nos preços das commodities ou ao aumento de pedidos de recuperação judicial por parte dos produtores.
Entretanto, César Júnior alertou que está havendo um aumento na fiscalização e nas exigências para a liberação de crédito, o que pode resultar em taxas de juros mais elevadas para os tomadores. Em 2023, a taxa de inadimplência dos produtores pessoa física alcançou 7,1%, permanecendo praticamente estável em relação ao ano anterior, de acordo com a Serasa.
Ainda há uma expectativa de expansão na procura por crédito devido ao crescimento da área de cultivo, mesmo que de forma menos acelerada. O gerente da Serasa mencionou que, apesar das margens apertadas, muitos agricultores podem reduzir o avanço na semeadura de grãos na safra 2024/25, refletindo uma postura mais cautelosa diante de áreas de maior risco climático.
Sobre o custo do crédito em 2024, a redução recente na taxa básica de juros (Selic) não deverá resultar em uma diminuição nos custos dos financiamentos, devido à maior seletividade dos bancos na concessão de recursos, motivada pelo aumento do risco. Por isso, o produtor rural pode não sentir plenamente os efeitos dessa redução nos juros, uma vez que o Banco Central sinaliza que essa queda não será prolongada.
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Por Nayara Figueiredo — São Paulo
Jornalista especializado em Agronegócio
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