Intervenção do BC no dólar só ocorrerá em caso de disfunções no mercado
Incerteza afeta previsões econômicas, afirma Campos Neto

A incerteza econômica internacional aumentou recentemente, dificultando a capacidade do Banco Central de prever os desdobramentos da crise. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, juntamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a autoridade monetária só intervém no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados.
Campos Neto explicou que o câmbio flutuante desempenha um papel importante como absorvedor de choques econômicos externos e que intervir contra algo estrutural pode gerar distorções em outras variáveis macroeconômicas. Ele destacou que, atualmente, existem três cenários possíveis: prolongamento da incerteza, volta à normalidade após algumas semanas ou a continuidade da turbulência que poderia exigir uma revisão das estimativas econômicas pelo mercado.
O presidente do BC ressaltou que o Brasil está em uma posição menos vulnerável que outros países emergentes devido às contas externas sólidas e ao grande volume de dólares provenientes das exportações. O ministro da Fazenda mencionou a surpresa causada pela mudança de rumo do Fed, que adiou o início da queda dos juros nos Estados Unidos devido à inflação mais alta do que o esperado.
Quanto à Taxa Selic, Campos Neto explicou que futuras decisões dependerão do cenário de incerteza na economia global e da reprecificação em curso. A Selic está atualmente em 10,75% ao ano após seis cortes consecutivos, e o Copom se reunirá em maio para decidir sobre mudanças na taxa de juros. Campos Neto também mencionou a possibilidade de redução do ritmo de afrouxamento monetário ou até mesmo um aumento nos juros, dependendo da manutenção da alta incerteza.
No mercado financeiro, nesta quinta-feira, houve estabilidade, com o dólar comercial fechando em R$ 5,25 e a bolsa de valores de São Paulo registrando uma pequena alta, após um dia marcado por oscilações.
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AGÊNCIA BRASIL
Jornalista especializado em economia
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