Embraer intensifica a comunicação preventiva com operadores e ANAC
Três episódios de quebra de asas do avião agrícola Ipanema, da Embraer, em um curto período de tempo geraram uma reação significativa do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). O Sindag aponta um suposto "descaso" e enviou uma notificação extrajudicial ao Conselho de Administração e ao Comitê de Auditoria da fabricante de aeronaves.
Durante uma videoconferência com diretores da Embraer, o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, classificou a postura da empresa como um "descaso com a vida dos pilotos e com todo o setor aeroagrícola". Os acidentes envolvendo o modelo, que é o mais vendido no Brasil, resultaram inclusive em fatalidades de pilotos.
O Sindag vinha tentando uma reunião urgente desde dezembro, porém o acesso direto aos diretores da Embraer estava indisponível. Somente após contataram o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, via Linkedin, é que conseguiram marcar o encontro. A notificação extrajudicial exige uma resposta da Embraer em até 15 dias referente às sete propostas apresentadas pelo sindicato na videoconferência.
O Sindag possui 206 associadas e representa cerca de 90% das empresas aeroagrícolas ativas no Brasil. O modelo Ipanema, produzido desde os anos 1970 pela Embraer, enfrenta uma crise de confiança devido a uma nova sequência de acidentes com suspeita de perda de asa em pleno voo desde o final de 2021.
Em seu posicionamento oficial, a Embraer reforça que a segurança de seus produtos é a principal prioridade e que está colaborando integralmente com as autoridades responsáveis para investigar as causas dos recentes acidentes envolvendo o avião agrícola Ipanema. A empresa ressalta a importância dos procedimentos de segurança e da manutenção periódica feita em oficinas homologadas pela ANAC.