Recentemente, o NOAA projetou que durante o outono teremos a transição do El Niño para a neutralidade e, posteriormente, no segundo semestre, a passagem da neutralidade para o La Niña. Segundo a análise da Grão Direto, essa mudança climática poderá trazer temperaturas mais baixas e um clima mais seco, o que pode afetar o milho de inverno em algumas regiões. No entanto, como o plantio foi antecipado, é esperado que as culturas não sejam tão impactadas, pois não estarão em fases críticas quando o clima seco se estabelecer. Essa mudança já prevista há algum tempo afeta diretamente as expectativas do mercado, especialmente devido aos efeitos do La Niña em anos anteriores.

Com a chegada do La Niña no segundo semestre, a preocupação com as temperaturas mais baixas e a falta de chuvas nos Estados Unidos antes do plantio da safra de milho norte-americana aumenta. É fundamental monitorar de perto a umidade no solo das principais regiões produtoras, já que a capacidade de retenção de água será crucial para o desenvolvimento das plantas durante os períodos de seca. Apesar das condições hídricas atuais não serem ideais devido ao inverno quente e seco, as previsões de novas chuvas trazem esperanças de que o solo possa estar adequadamente abastecido para a próxima safra.

Ainda há divergências quanto à área e produtividade destinadas ao cultivo do milho safrinha. Enquanto o USDA estima a área total de milho em 21,9 milhões de hectares, a Conab aponta para 20,36 milhões. A maior discrepância está na área destinada ao milho safrinha, que a Conab estima em 15,75 milhões de hectares, representando uma redução de 8,3% em relação ao ano anterior. Com um aumento de 2,5% na área de soja, a Conab prevê uma redução de 6,9% na produtividade do milho safrinha, com as maiores quedas esperadas em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. O foco na safrinha aumenta à medida que a colheita avança sem contratempos. Dessa forma, é possível que os preços do milho encerrem mais uma semana em queda.