Mercado: Produção de energia absorve cerca de 90% da demanda
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, onde os dados do IBGE de 2018 revelam aproximadamente 8.400 hectares dedicados ao cultivo de acácia-negra, essa cultura tem se destacado no cenário agrícola local. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado recentemente pela Emater/RS-Ascar, ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), na Serra Gaúcha, a acácia-negra não só representa uma atividade econômica, mas também um importante pilar social para as propriedades familiares.
Principalmente na região das Hortênsias, a acácia-negra tem um papel fundamental na diversificação de culturas e na geração de renda adicional para os agricultores locais. No entanto, desafios como a sucessão familiar têm contribuído para a escassez de mão de obra, dificultando o pleno desenvolvimento da atividade. Apesar desses obstáculos, as características do relevo acidentado da região têm favorecido a continuidade da cultura, mantendo-a como uma alternativa viável de produção.
Os produtores mais idosos e com limitações físicas veem na acácia-negra uma oportunidade, contratando mão de obra para implantação e colheita a fim de manter suas terras produtivas. No entanto, várias operações, como o corte e empilhamento, são terceirizadas, representando cerca de 60% dos custos totais da atividade e impactando a rentabilidade nas pequenas propriedades.
Em alguns municípios, iniciativas de fomento à atividade por parte de indústrias do setor têm incentivado o plantio, oferecendo mudas aos produtores. No entanto, exigências legais, como o cadastro de produtor florestal e o licenciamento da silvicultura, têm desestimulado a implantação de novas áreas com essa espécie.
Referente ao mercado, a produção de energia absorve aproximadamente 90% da demanda, enquanto uma porção menor destina-se para vigas na construção civil. São realizados controles de pragas, tratos culturais e colheita, e a cultura apresenta boas condições fitossanitárias no período atual.