La Niña deve se intensificar no segundo semestre deste ano
O Hemisfério Sul está sob influência do El Niño no momento, mas em breve essa situação deve mudar, com a confirmação do retorno de La Niña para 2024, possivelmente entre julho e setembro, de acordo com relatório recente da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
O retorno de La Niña, que é marcado pela redução de mais de 0,5 °C na temperatura da região equatorial do Oceano Pacífico, levanta preocupações. Durante La Niña, as chuvas tendem a diminuir no Sul e aumentar no Norte e Nordeste, com riscos de períodos frios e chuvosos no Sudeste e Centro-Oeste.
No Sul, a escassez de chuvas causou danos significativos ao agronegócio, resultando em prejuízos e uma crise hídrica na região. A seca afetou tanto o abastecimento de água quanto a irrigação nas lavouras, gerando perdas consideráveis nas plantações de milho, soja e na pecuária.
Mesmo que La Niña favoreça as chuvas, também foi responsável por períodos de estiagem no Sudeste, impactando diversas culturas e dificultando o abastecimento de água, além de contribuir para o aumento de incêndios florestais em algumas regiões do Centro-Oeste.
No Norte, como na Amazônia, houve registros de chuvas intensas que resultaram em inundações, prejudicando a infraestrutura, agricultura e populações ribeirinhas. No Nordeste, as precipitações acima da média geraram inundações e deslizamentos, enquanto em algumas áreas foram enfrentadas crises de seca, afetando a atividade agrícola.
A meteorologista Desirée Brandt ressalta que é cedo para prever o comportamento do fenômeno no Brasil após o El Niño. A neutralidade deve prevalecer no inverno, com a perspectiva de La Niña a partir do segundo semestre, com previsão de chuvas regulares e volumes adequados para os meses seguintes. No entanto, há sempre o risco de imprevistos, como invernadas no Centro-Oeste e doenças em culturas devido ao excesso de chuvas.
É importante estar preparado para os possíveis desafios que o retorno de La Niña pode trazer, principalmente para regiões produtoras do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Além disso, é fundamental acompanhar de perto as previsões e os desdobramentos desse fenômeno climático nos próximos meses.