Colheita no Vietnã deve cair para 24 milhões de toneladas, quantidade que o Brasil pode atingir em no máximo duas safras, afirma StoneX
O Brasil está prestes a superar o Vietnã em volume de produção de café conilon entre 2025 e 2026. De acordo com especialistas e negociantes, os problemas climáticos no Vietnã, maior produtor e exportador da variedade, devem diminuir a oferta vietnamita, ao passo que a produção brasileira tende a aumentar.
A recente seca no Vietnã resultou em uma redução das estimativas de colheita de 26 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas, conforme apontado por Fernando Maximiliano, consultor de café da StoneX. Este novo patamar pode se consolidar como a produção máxima do Vietnã para indústrias, empresas de comércio e exportadoras.
Por sua vez, no Brasil, desde que não ocorram eventos climáticos extremos, a produção de café conilon poderá saltar de 22,7 milhões de toneladas na safra 2024/25 para mais de 24 milhões de toneladas até a safra 2026/27, conforme projeção do consultor.
O consultor também ressalta que o Brasil é o único país com potencial para expandir a área de cultivo de café conilon por meio da conversão de pastagens, especialmente no Espírito Santo, principal produtor da variedade. Além disso, o cultivo de conilon também poderá se expandir para o sul da Bahia, leste de Minas Gerais e Rondônia.
Brasil e Vietnã juntos respondem por 55% da produção mundial de café. Com as dificuldades enfrentadas pelo país asiático, o Brasil se consolida como uma importante origem de matéria-prima para a indústria global de café, de acordo com especialistas do setor.
Na ótica do diretor global de café na Louis Dreyfus Company, Ben Clarkson, a indústria está se beneficiando da oferta brasileira diante das dificuldades enfrentadas pelo Vietnã. Ele destaca a eficiência do Brasil e ressalta que, em comparação com os produtores asiáticos, o Brasil se mostra mais atrativo para as empresas da cadeia de processamento de café.
Clarkson aponta que o mercado global de café pode enfrentar um pequeno déficit nesta safra devido às quebras na produção de conilon, o que acaba ofuscando o cenário de excedente de oferta de café arábica.