Potencial da produção de insulina por vacas
Estudo revela resultados surpreendentes

Uma descoberta revolucionária na produção de insulina humana pode representar uma mudança crucial para milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de diabetes. Um estudo recentemente divulgado revelou que é viável obter insulina humana por meio de vacas geneticamente modificadas.
Sob a orientação do pesquisador Matt Wheeler, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, uma equipe de cientistas introduziu um trecho de DNA humano, responsável pela produção da pró-insulina, nos núcleos celulares de 10 embriões de vaca. Esses embriões foram posteriormente implantados em vacas convencionais, resultando no nascimento de um bezerro transgênico após o desenvolvimento bem-sucedido de apenas um dos embriões modificados.
Após o crescimento do bezerro, os pesquisadores tentaram fertilizar a vaca geneticamente modificada sem êxito. No entanto, por meio de técnicas hormonais desenvolvidas pelo especialista em reprodução animal Pietro Baruselli, da Universidade de São Paulo, eles induziram a produção de leite. Esse leite foi analisado em busca de proteínas específicas.
Os resultados mostraram-se surpreendentes. Os cientistas identificaram moléculas presentes na pró-insulina e insulina humana, ausentes no leite de vacas não modificadas geneticamente. Isso sugere que as enzimas no leite de vaca podem ter convertido a pró-insulina humana em insulina.
Essa descoberta tem implicações significativas para o tratamento do diabetes em âmbito mundial. Estima-se que entre 150 e 200 milhões de pessoas no mundo necessitam de insulina para sobreviver, mas somente metade tem acesso a ela, principalmente devido a questões de custo e disponibilidade, especialmente em países de baixa e média renda.
Matt Wheeler, em um comunicado, demonstrou surpresa e empolgação com os resultados: "Nosso objetivo era produzir pró-insulina, purificá-la em insulina e prosseguir a partir daí, mas a vaca praticamente realizou esse processo por conta própria. A vaca gera aproximadamente três vezes mais insulina biologicamente ativa a partir da pró-insulina."
Ele prossegue: "A natureza projetou a glândula mamária como uma fábrica eficaz para produzir proteínas. Podemos aproveitar esse sistema e gerar uma proteína capaz de auxiliar centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo."
Com essa nova técnica, a produção em larga escala de insulina humana pode tornar-se mais acessível e econômica, trazendo esperança para aqueles que enfrentam desafios no tratamento do diabetes. O estudo destaca o potencial das biotecnologias para resolver problemas de saúde globais e ressalta a importância da colaboração entre distintas disciplinas científicas para alcançar progressos relevantes.
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Leonardo Gottems
Jornalista especializado em Agronegócio
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