Equipamento detecta temperatura de vacas e auxilia na detecção precoce de mastite.
Tecnologia como um sensor de calor na área de ordenha: eficiente e não invasiva.

Um dispositivo portátil de termografia que detecta precocemente o risco de vacas contraírem mastite está em fase final de validação na fazenda Canto Porto, em Mogi Mirim (SP), que realiza três ordenhas diárias e produz até 12 milhões de litros de leite por ano. Desenvolvido por biólogos paulistas, o equipamento mede automaticamente a temperatura e o perfil térmico de cada animal, comparando as imagens captadas com um banco de dados próprio. Sem intervenção humana, o dispositivo aponta quais animais terão infecção caso não recebam tratamento preventivo. Guilherme Gomes, um dos criadores do equipamento, destaca que a metodologia é não invasiva e visa o bem-estar dos animais.
A imagem térmica é ideal para identificar dores e inflamações em seres vivos. Além da temperatura, é crucial analisar o perfil térmico dos animais, pois a temperatura de vacas saudáveis e doentes pode ser a mesma, sendo o tamanho da inflamação um indicativo de possíveis infecções. Na fazenda Canto Porto, o equipamento é colocado ao lado da antena de identificação das vacas, analisando cada animal na área de ordenha por meio de sensores. As informações coletadas são enviadas a um banco de dados que traça o perfil individual de cada vaca.
Assim, o objetivo do dispositivo é permitir que os veterinários se concentrem apenas nos animais apresentados com alto risco de infecção, evitando a necessidade de tratar todas as vacas do rebanho. O programa identifica sinais de inflamação que não seriam perceptíveis a olho nu ou ao toque, comparando-os com o banco de dados e indicando a necessidade de tratamento precoce para evitar a mastite em estágio inicial.
Gomes afirma que estão na fase final da validação científica e prestes a iniciar a validação do algoritmo. A previsão é que, até o segundo semestre de 2024, tudo esteja estabilizado para entrar no mercado no início de 2025, com a tecnologia sendo comercializada diretamente para pecuaristas interessados em monitorar seus animais por meio do celular.
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Por Marcos Fantin — São Paulo
Jornalista especializado em clima
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