Seguro rural: queda nos preços da arroba do boi impulsiona recordes nas indenizações
Seguradoras realizaram pagamentos no valor de R$ 164,5 milhões em 2021

O seguro pecuário teve um aumento nos pagamentos de indenizações em 2023, principalmente devido à queda nos preços da arroba do boi. De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as seguradoras desembolsaram cerca de R$ 164,5 milhões no ano passado, representando um crescimento expressivo de 1216,6% em comparação com o ano anterior. Isso ressalta a importância do seguro pecuário como uma proteção essencial para os pecuaristas diante das flutuações do mercado.
Os meses de julho a novembro de 2023 foram os mais críticos, com os maiores pagamentos de indenizações do seguro pecuário, totalizando R$ 150,1 milhões, o equivalente a 91,2% do total pago durante o ano. Em especial, o mês de setembro se destacou, com R$ 55 milhões em indenizações, mais de um terço do total anual.
Embora o seguro pecuário tenha como objetivo principal cobrir a vida dos animais destinados ao consumo e produção, como aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos e bubalinos, algumas empresas oferecem produtos que combinam o falecimento do animal com variações de preço. Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), explicou que o Pecuário Faturamento garante indenização sempre que o faturamento com o rebanho segurado for inferior ao estipulado na apólice.
A queda nos preços da arroba do boi em 2023 foi associada à dinâmica do ciclo pecuário, influenciada por diversos fatores, como o aumento da oferta de animais para abate, devido ao descarte de fêmeas e exportações. Essas oscilações refletem os desafios enfrentados pelos pecuaristas, especialmente frente à retração nos preços.
Segundo análise da Scot Consultoria, 2023 foi um dos anos mais desafiadores recentes para a pecuária brasileira, com significativa queda nos preços da arroba do boi gordo, especialmente em São Paulo, onde chegou a R$ 200,00 por arroba. Por outro lado, as indenizações pagas aos pecuaristas totalizaram cerca de R$ 33,7 milhões apenas naquele ano.
Para lidar com os desafios climáticos que afetam as safras e as atividades agropecuárias, a CNseg propõe a criação de um Fundo de Seguro Rural (FSR), que contaria com a participação da União e das seguradoras. Esse fundo teria como propósito cobrir riscos relacionados a eventos climáticos e apoiar o Programa de Garantia das Atividades Agropecuárias (ProAgro), destinado a pequenos e médios produtores que enfrentam dificuldades decorrentes do clima, pragas ou doenças.
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Aline Merladete
Jornalista especializado em Agronegócio
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