Segundo o relatório da hEDGEpoint Global Markets, as importações de café na União Europeia estão se concentrando nos cinco principais países exportadores, que agora representam impressionantes 79% das importações. Essa crescente concentração desafia as normas sazonais e reflete a dinâmica comercial pós-pandemia.

Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint, destaca que o Brasil lidera essa concentração, com uma participação dominante de 45%, impulsionada também pela dependência crescente do conilon brasileiro. Enquanto isso, Uganda está emergindo como uma alternativa no segmento robusta, ao passo que o Vietnã enfrenta desafios de abastecimento devido a sua menor participação no último trimestre de 2023.

A redução nas importações a partir de 2022, motivada por custos crescentes de armazenamento e legislação ambiental mais rigorosa, resultou em uma maior dependência de estoques locais na UE. Isso tem sustentado os preços do café, mesmo com a diminuição das importações e o aumento da concentração.

Os estoques finais previstos para o ciclo 23/24 são de 9,08 milhões de sacas, um aumento significativo de 25%, ultrapassando a média esperada para o período. Apesar disso, Natália destaca que esse aumento não é sem precedentes e menciona um aumento ainda maior nos estoques durante o ciclo 13/14, que contribuiu para sustentar o comércio em um momento de déficit global.