Produção de Amendoim Acompanha Evolução através de Sementes Certificadas

Aumento significativo no número de produtores de sementes registrados no Mapa: de 7 para 27 em menos de dez anos.

Produção de Amendoim Acompanha Evolução através de Sementes Certificadas

Menos de dez anos atrás, a cultura do amendoim no Brasil era considerada rudimentar, com uma cadeia produtiva informal em que os agricultores reservavam parte dos grãos colhidos para plantio na próxima safra. No entanto, devido ao aumento da demanda de exportação e à crescente exigência por qualidade por parte dos consumidores, essa realidade mudou. Os produtores passaram a adotar novas tecnologias, incluindo o uso de sementes produzidas com controle de geração e de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

De acordo com dados da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP), houve um aumento significativo na utilização de sementes de alta qualidade e certificadas pelo Mapa. Por exemplo, na safra 2015/16 havia sete produtores de sementes de amendoim inscritos no Mapa, com 7.926,87 hectares de campos de produção. Já na safra 2023/24, o número de produtores subiu para 27, com 32.321,29 hectares de campos, o que representa um aumento significativo na área de plantio.

Estes dados foram apresentados por Eduardo Gusmão, auditor fiscal do Ministério em Marília, durante uma inspeção em Queiroz, região de Tupã, em um campo de produção de sementes genéticas de uma variedade de amendoim desenvolvida pela Embrapa.

Além disso, nos últimos anos a Embrapa Algodão (Campina Grande-PB) tem investido no melhoramento genético do amendoim, lançando no mercado quatro novas variedades e ampliando as opções disponíveis para os produtores rurais. Outras cultivares utilizadas na cultura do amendoim no Brasil foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pela empresa argentina El Carmen.

Atualmente, a maioria das sementes de amendoim utilizadas vem do programa de melhoramento do IAC. No ano de 2022, as variedades IAC representavam 80% das plantações em São Paulo, com o país como um todo utilizando entre 25 e 26 tipos diferentes de amendoim.

Dos 27 produtores de sementes certificadas cadastrados no Mapa, a grande maioria está em São Paulo, um está em Mato Grosso e outro em Goiás, conforme informou o agrônomo Guilherme Uitdewilligen. Com 90% das plantações de amendoim no país concentradas em São Paulo, as principais regiões produtoras são Tupã, Marília, Jaboticabal e Presidente Prudente, cada uma com mais de 3 milhões de sacas por safra.

Segundo Guilherme, o setor do amendoim tem passado por uma evolução significativa nos últimos anos, com um aumento da área cultivada de 160 a 180 mil hectares em 2015 para mais de 300 mil hectares atualmente. Isso se deve em parte ao fato de que o amendoim não é uma commodity e o preço não tem sofrido quedas, o que incentiva seu cultivo.

Aproximadamente 65% a 70% da área plantada no Brasil utiliza sementes certificadas de alta qualidade. Os produtores perceberam que ao utilizar sementes melhores, a qualidade da safra é superior. Além disso, contar com o respaldo técnico do fornecedor de sementes certificadas garante mais segurança em relação a problemas futuros.

O amendoim é plantado uma vez por ano, geralmente no início das chuvas entre setembro e dezembro, com períodos de colheita variando de 120 a 150 dias dependendo da variedade. Quanto ao mercado, 70% da produção brasileira de amendoim é exportada, enquanto 30% é consumida internamente, com um consumo per capita de 1,1 quilo por ano no Brasil, comparado a 6 quilos nos Estados Unidos e 13 quilos na China. A ideia é incentivar o consumo interno para reduzir a dependência das exportações.