Complexo de soja terá participação de 15,5% nas exportações brasileiras
Na última semana, houve uma queda nos valores da soja comercializada no Brasil, com o preço médio no Rio Grande do Sul fechando em R$ 122,09 por saco. Nas principais regiões do país, os valores se mantiveram entre R$ 118,00 e R$ 119,00 por saco. Em outras áreas, os preços oscilaram entre R$ 118,00 e R$ 120,00 por saco, e algumas regiões ficaram sem informação de cotação. Essa análise foi realizada pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA).
Essa variação foi impactada pela redução das cotações em Chicago, mesmo com o câmbio alcançando R$ 5,30 por dólar em alguns momentos. No estado do Mato Grosso, a futura safra 2024/25, que será plantada a partir de setembro, está estimada em 43,7 milhões de toneladas, um aumento de 11,8% em relação à safra passada, que foi afetada parcialmente pela seca. A área de plantio deve aumentar 0,64%, atingindo 12,56 milhões de hectares, e a produtividade média aumentará 11%, chegando a 58 sacos por hectare naquele estado, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Quanto às exportações brasileiras de soja, a expectativa é de vendas de 113 milhões de toneladas em 2024, uma queda de 10,9% em comparação ao ano anterior. Mesmo assim, esse será o segundo maior volume exportado na história. Estima-se que 88 milhões de toneladas de soja sejam exportadas, uma redução de 13,6%; 23 milhões de toneladas de farelo, um aumento de 1,7%; e 2 milhões de toneladas de óleo de soja, uma queda de 14,9%. Com base nos valores médios de venda deste ano, a receita total das exportações pode chegar a US$ 51,1 bilhões, representando uma queda de 24,2% em relação a 2023. Essas previsões consideram uma produção final estimada em 147,6 milhões de toneladas na safra atual, contra 160,8 milhões colhidas no ano anterior.
Diante desse panorama, a participação do complexo soja nas exportações totais do Brasil em 2024 está prevista em 15,5%, comparado a 19,8% em 2023. Nos últimos dez anos, a média histórica de participação do complexo de soja nas exportações gerais do país é de 16,2%, conforme dados da Datagro Grãos.
No mercado nacional de soja no início de junho, observa-se um cenário com muitos vendedores e poucos compradores interessados. De acordo com um analista da Brandalizze Consulting, mesmo com a maioria dos navios já com contratos fechados, a procura por novos embarques está direcionada para o milho. Essa situação pode impactar negativamente os produtores no segundo semestre, devido ao volume significativo de soja ainda disponível para negociação, após um mês de maio movimentado no mercado.
Diante desse contexto, é imprescindível que os produtores estejam atentos para identificar possíveis oportunidades de venda da soja ao longo do ano. Os preços da soja no mercado interno variam de R$ 100,00 a R$ 130,00 por saco, e nos portos, de R$ 135,00 a R$ 142,00 por saco, considerando a manutenção do câmbio acima de R$ 5,00 por dólar. Caso contrário, os preços podem cair para valores inferiores.
Além disso, os produtores devem acompanhar o comportamento do câmbio no Brasil e calcular os custos de armazenamento da soja até o momento da venda. Há uma certa preocupação quanto à reação de Chicago até julho, o que poderia levar à liquidação de posições, em antecipação à nova safra dos Estados Unidos, que até o momento segue sem grandes alterações.
No Paraná, os produtores viram uma redução de 12% nos custos de produção da soja este ano. Segundo o Deral, o custo médio foi de R$ 5.670,69 por hectare, com custos variáveis de R$ 3.069,46. Com uma produtividade média de 60 sacos por hectare, o custo total por saco foi de R$ 94,51, e o custo variável ficou em R$ 51,16.