Investimentos chineses na América Latina reconfiguram comércio agrícola e rotas de grãos
Capitais estatais e fundos estratégicos estão ampliando portos e infraestrutura, impulsionando exportações de soja e outros grãos ao mercado asiático

Investimentos bilionários provenientes de empresas estatais chinesas e fundos de cooperação estão remodelando o comércio agrícola na América Latina, com ênfase na exportação de grãos como soja para a Ásia. Portos estratégicos, como o de Santos no Brasil e o de Chancay no Peru, vêm recebendo grandes aportes para expansão de terminais e capacidade de embarque — uma movimentação que está redefinindo rotas comerciais e disputando espaço com operadores tradicionais, incluindo empresas dos Estados Unidos e da Europa.
✨ Investimentos chineses em terminais e infraestrutura portuária na América Latina já somam centenas de milhões de dólares, mudando o mapa de exportação de grãos para o mercado asiático.
No Porto de Santos, por exemplo, a COFCO International — conglomerado estatal chinês de alimentos — investiu cerca de US$ 285 milhões em terminais de carga a granel, tornando-se um dos maiores operadores no complexo. Essas operações ajudam a consolidar o papel do Brasil como fornecedor chave de soja para a China, setor que já vinha se fortalecendo diante da diminuição das importações chinesas de grãos dos Estados Unidos em 2025.
Por que isso importa?
O investimento em infraestrutura logística facilita o escoamento de produtos agrícolas latino-americanos para a Ásia, reduzindo custos, aumentando a capacidade de exportação e fortalecendo laços econômicos entre estes países e a China — ao mesmo tempo em que altera a dinâmica competitiva global entre grandes produtores.
Impactos no mercado agrícola global
Analistas apontam que essas iniciativas chinesas não apenas ampliam a presença do país no abastecimento de alimentos e matérias-primas, como também pressionam as exportações agrícolas de concorrentes tradicionais. A China tem diversificado suas origens de grãos diante de tensões comerciais com os Estados Unidos, preferindo fornecedores sul-americanos em muitos contratos recentes.
- 1Expansão de terminais portuários no Brasil e no Peru com capital chinês
- 2Aumento das exportações de soja brasileira para o mercado asiático
- 3Redução de compras chinesas de soja norte-americana em 2025
- 4Reconfiguração das rotas globais de grãos
Essa movimentação financeira também reforça outras iniciativas de cooperação, como fundos de investimento multilaterais destinados a projetos de infraestrutura que beneficiam tanto países latino-americanos quanto investidores chineses, ampliando o alcance e a estabilidade das relações comerciais no setor agrícola global.
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Acro Rodrigues
Jornalista especializado em Internacional
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