Minerva buscará auxílio do governo uruguaio para destravar negociações com a Marfrig
Empresa tenta entender razões da decisão e busca alternativa para manter acordo bilionário na América do Sul

Os advogados da Minerva se mobilizam para apresentar um recurso às autoridades do Uruguai após o órgão concorrencial do país negar a aquisição de três unidades de abate da Marfrig. A documentação deve ser protocolada até 31 de maio e, depois disso, será analisada pelo Coprodec e pelo Ministério da Economia do Uruguai.
O que é o Coprodec?
A Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia é a autoridade responsável por avaliar fusões e aquisições no Uruguai, garantindo que não haja prejuízo à concorrência e aos consumidores.
A Minerva ainda não decidiu se alterará o pedido original de compra das unidades de Colônia, Salto e San José. Segundo uma fonte próxima às negociações, a empresa tenta primeiro compreender os fundamentos que motivaram a decisão do Coprodec antes de propor mudanças no processo.
✨ As três plantas uruguaias da Marfrig estão avaliadas em R$ 675 milhões.
Mercado acompanha possível imposição de exigências
Fontes do setor avaliam que a autoridade concorrencial pode impor condições para aprovar a operação. A expectativa é grande, já que a transação faz parte de um acordo maior firmado em 2023, no qual a Marfrig vendeu 16 plantas na América do Sul à Minerva por R$ 7,5 bilhões — valor do qual R$ 1,5 bilhão já foi pago.
O mercado reagiu de maneira sensível ao veto uruguaio. Após forte queda na sessão anterior, as ações da Minerva subiram 1,1% na B3, enquanto os papéis da Marfrig avançaram 1,37%, refletindo um movimento de recuperação parcial.
"A não aprovação no Uruguai não surpreendeu os investidores, mas gerou forte repercussão negativa entre os acionistas
Situação nos demais países segue em análise
A negativa uruguaia não interfere nas avaliações em andamento em outros países envolvidos no acordo, como Brasil, Argentina e Chile. No caso brasileiro, onde 11 plantas fazem parte da transação, o Cade classificou a operação como 'complexa', o que estendeu os prazos de análise e indica que a deliberação final pode ocorrer apenas no fim do ano.
- 116 plantas vendidas pela Marfrig à Minerva no acordo original
- 2R$ 7,5 bilhões é o valor total da transação
- 311 unidades ainda dependem de aprovação no Brasil
- 4A avaliação do Cade foi prorrogada após classificação como operação complexa
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Por Nayara Figueiredo — São Paulo
Jornalista especializado em Internacional
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