Advogados buscam autorização para a aquisição de três unidades da concorrente no país
Os advogados da Minerva estão se preparando para apresentar um recurso às autoridades do Uruguai, buscando reverter a negativa que o órgão concorrencial uruguaio deu à aquisição de três unidades de abate da Marfrig no país. Após a entrega da documentação, que deve ser feita até o dia 31/5, o recurso passará pela avaliação do Coprodec (Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia) e do Ministério da Economia do Uruguai, conforme informação de uma fonte próxima às negociações.
Até o momento, a Minerva não decidiu se irá alterar a solicitação inicial para a compra dos ativos da Marfrig em Colônia, Salto e San José, nem quais seriam as possíveis modificações no pedido. A empresa está focada em compreender os motivos que levaram à decisão do Coprodec, de acordo com o interlocutor.
Fontes consultadas também consideram a possibilidade de a autoridade concorrencial impor exigências para aprovar a transação. As empresas aguardam com expectativa a autorização do Uruguai para a conclusão do negócio entre elas.
Em agosto de 2023, foi anunciado o acordo pelo qual a Marfrig venderia 16 de suas plantas na América do Sul para a Minerva, por R$ 7,5 bilhões, sendo que R$ 1,5 bilhão já foi pago pelos ativos. As três unidades no Uruguai estão avaliadas em R$ 675 milhões.
Na quinta-feira (23/5), as ações das duas empresas na B3 se recuperaram parcialmente do declínio do dia anterior, quando os papéis despencaram em reação aos acontecimentos no Uruguai. As ações da Minerva subiram 1,1% e as da Marfrig avançaram 1,37%. A não aprovação no Uruguai, embora não tenha surpreendido o mercado, teve uma repercussão negativa entre os investidores.
A venda das plantas no Uruguai não afeta as análises em curso nos órgãos responsáveis dos demais países envolvidos, como Brasil, Argentina e Chile. No Brasil, a negociação envolvendo 11 plantas ainda está em avaliação. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerou a operação "complexa" no mês passado, o que prorrogou os prazos de análise e pode resultar em uma decisão apenas no final do ano.