Sistemas agroflorestais: alternativas sustentáveis para aumento nos estoques de carbono do solo
A prática de manejo conservacionista, como os sistemas agroflorestais, não só mantém o estoque de carbono no solo, mas também contribui para seu aumento em relação à vegetação natural, auxiliando na redução das emissões de gases do efeito estufa. De acordo com um estudo da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), os sistemas agroflorestais podem aumentar os estoques de carbono no solo em até 30,9% com manejo rotativo, em comparação com a vegetação nativa.
O estudo, realizado em Sobral (CE) ao longo de 25 anos, comparou práticas agrícolas tradicionais na região usando o modelo Century. Foi constatado que o sistema de corte e queima sem pousio reduz pela metade os estoques de carbono do solo nos primeiros dez anos, levando cinquenta anos para se recuperar. Em contrapartida, os sistemas agroflorestais podem recuperar e aumentar os estoques de carbono de maneira mais rápida, sem exigir longos períodos de pousio.
A rotação de diferentes sistemas agroflorestais é apontada como uma alternativa eficaz para aumentar o sequestro de carbono no solo. Diferentemente do corte e queima, as práticas sustentáveis preservam o carbono no solo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. A pesquisa, usando o modelo Century, mostrou que os sistemas agroflorestais aumentam os estoques de carbono em comparação com práticas tradicionais de cultivo.
Manejar a terra de forma intensiva, com corte e queima, seguido por períodos de descanso, pode acelerar a desertificação na região semiárida. Por isso, estratégias como os sistemas agroflorestais são essenciais para garantir a sustentabilidade da produção agrícola no Semiárido brasileiro.