Entidades expressam posição contrária à proibição de pulverização aérea em SP

Faesp, Aprosoja e Sindag alertam para os riscos do projeto considerado ilógico e perigoso

Entidades expressam posição contrária à proibição de pulverização aérea em SP

Além da nota de repúdio do Sindag, que foi publicada recentemente, o Projeto de Lei Estadual 008/2022, em análise na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), está sendo alvo de críticas de outras entidades vinculadas ao setor agropecuário. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) também se manifestaram contra a proposta.

O PL, apresentado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) em 2 de março, tem como objetivo proibir o uso de aeronaves e drones na agricultura do Estado, sob a justificativa de combater os riscos relacionados ao uso de agrotóxicos. No entanto, na visão dessas entidades, a proposta visa retirar do cenário as ferramentas mais regulamentadas e facilmente fiscalizadas no trabalho de campo. Além disso, essas ferramentas são as mais avançadas em termos de tecnologia de precisão para a aplicação de produtos químicos ou biológicos, ambos considerados agrotóxicos pela legislação nacional.

O sindicato aeroagrícola destacou que a escolha das ferramentas aéreas foi baseada em estereótipos, tornando a iniciativa superficial e com riscos para a economia e a segurança no campo de produção. A Faesp alertou sobre a incoerência de tentar banir do setor agrícola paulista as ferramentas mais regulamentadas e fiscalizadas. A entidade também ressaltou que, mesmo com toda a regulamentação existente, o setor agrícola reforça a segurança com iniciativas próprias, como o programa CAS.

A presidente da SRB, Teresa Vendramini, enfatizou a importância da aviação agrícola para a produtividade de diversas culturas no Brasil, explicando que as condições tropicais favorecem a disseminação de pragas e doenças nas plantações. A Aprosoja também apontou contradições na proposta e destacou seu viés político, ressaltando a relevância do setor aeroagrícola para as culturas de soja e cana-de-açúcar em São Paulo.

O pesquisador Paulo Estevão Cruvinel, da Embrapa Instrumentação, defendeu a eficiência das aplicações aéreas em lavouras, apoiando-se nos resultados do projeto Redagro. Essa pesquisa, realizada entre 2013 e 2017, envolveu diversos órgãos e instituições, demonstrando que as aplicações aéreas, quando realizadas de acordo com as boas práticas agrícolas, contribuem para a segurança alimentar e para a redução de pragas nas plantações no Brasil.