O produtor Maikon Wilzeski, que cultiva feijão preto em Prudentópolis, no Paraná, enfrenta um grande desânimo devido à infestação da mosca-branca que devastou sua plantação. O município é um dos principais produtores do país, com 15 mil hectares plantados. As estimativas de colheita caíram drasticamente, de 25 mil toneladas para menos de 10 mil toneladas, representando uma quebra entre 60% e 65% da safra.

O gerente regional de Extensão Rural do IDR-PR de Irati, Bruno Luis Krevoruczka, destaca que as perdas estão concentradas na região norte do município, onde a mosca-branca foi mais prevalente. Além disso, problemas no manejo da lavoura e condições climáticas adversas contribuíram para a situação.

Sem seguro, os produtores como Maikon Wilzeski e Neri de Souza enfrentam dificuldades financeiras devido às perdas totais em suas lavouras. O técnico Dirlei Antonio Manfio pontua que o cenário atípico pode estar relacionado ao plantio tardio e aos problemas enfrentados com a mosca-branca e as chuvas intensas.

Para avaliar as causas das perdas, uma comitiva de técnicos visitou as propriedades afetadas em Prudentópolis e coletou amostras para análises detalhadas. A presença da mosca-branca, um vetor de virose no feijoeiro, trouxe preocupações aos especialistas, que suspeitaram da ocorrência de mosaico dourado.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Prudentópolis se prepara para a Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep), uma das principais atrações turísticas do município. As autoridades locais aguardam os laudos do IDR para entender melhor o cenário e planejar possíveis apoios aos agricultores prejudicados.

Mesmo com as perdas locais, o Paraná estima uma produção recorde de feijão, considerando os tipos preto e carioca. Novas atualizações sobre a safra devem ser divulgadas em breve, mantendo a expectativa para o setor agrícola estadual.