Conflito entre produtores de sementes e produtores de grãos: uma questão em crescimento
Nesta quarta-feira (15/5), o Ministério da Agricultura divulgou os calendários de vazio sanitário e de semeadura da soja para a safra 2024/25 em 22 unidades federativas produtoras da oleaginosa, incluindo, pela primeira vez, o Estado do Rio de Janeiro. O período de vazio sanitário, que proíbe o cultivo da soja, tem duração de 90 dias e varia de acordo com o Estado e suas regiões produtoras.
As janelas de semeadura da soja também foram estabelecidas, sendo que em Mato Grosso, principal produtor do grão, o plantio poderá ser feito entre 7 de setembro de 2024 e 7 de janeiro de 2025, totalizando 122 dias. O tema tem sido motivo de debates entre produtores de sementes e de soja nos últimos anos.
Além disso, o Ministério da Agricultura regionalizou o calendário em alguns Estados, como Paraná, Santa Catarina e São Paulo, ampliando essa medida para além dos Estados do Norte e Nordeste, como Rondônia, Maranhão, Piauí e Pará, que já contavam com a divisão. Durante a safra 2023/24, o ministério realizou ajustes nas datas em algumas regiões devido a questões climáticas.
Para a safra 2024/25, o Rio Grande do Sul terá um período único de 120 dias para plantio em todo o Estado, entre 1º de outubro de 2024 e 28 de janeiro de 2025. As normas do Zoneamento Agrícola da soja já foram publicadas e seguem diretrizes do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), com base em pesquisas científicas e monitoramento da praga.
O Ministério considerou as condições climáticas e as sugestões dos Estados para estabelecer os calendários, em cooperação com os órgãos estaduais de defesa vegetal. A diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia, explicou que a definição dos períodos de vazio sanitário e de plantio contou com dados técnicos e análises conjuntas das propostas dos Estados.