O mais recente relatório da Unica apontou uma disponibilidade de cana acima do esperado na região do Centro-Sul. A produtividade da cana permaneceu alta em outubro, resultando em uma disponibilidade total de aproximadamente 655 milhões de toneladas de matéria-prima.

No entanto, as usinas estão enfrentando desafios devido ao regime de precipitação intensificado à medida que o verão se aproxima. Com previsão de moagem de cerca de 645 milhões de toneladas até o final de março, a região precisa de quinzenas favoráveis.

A analista Lívea Coda observa que até meados de novembro mais de 595 milhões de toneladas já haviam sido processadas. Com as projeções para o restante do mês e início de dezembro, estima-se alcançar cerca de 645 milhões de toneladas processadas até o final do ano.

Apesar da deterioração da qualidade da cana devido às chuvas previstas e à safra tardia, a produção de açúcar ainda será significativa. Com 48,7% da cana destinada ao açúcar, a região deve produzir cerca de 41,6 milhões de toneladas do adoçante, superando as estimativas anteriores em 1,1 milhão de toneladas.

A expectativa de 10 milhões de toneladas de cana remanescente nos campos nesta temporada impacta as previsões para o próximo ano. Com condições climáticas favoráveis, o próximo ciclo pode repetir os resultados positivos de 23/24, levando a uma produção superior a 43 milhões de toneladas de açúcar.

Isso ajudará a amenizar um déficit previsto, impactando de forma leve apenas no primeiro trimestre de 2024 e refletindo nos preços do açúcar, que se mantêm abaixo de 28 centavos de dólar por libra-peso.

Apesar da menor disponibilidade no Hemisfério Norte, a ampla safra de açúcar no Brasil levanta questões sobre sua capacidade de exportação para equilibrar os fluxos comerciais. As condições climáticas permanecem cruciais para acelerar as exportações, representando um desafio importante para o mercado.