Os agricultores argentinos estão substituindo os cultivos de cereais pela soja, que requer menos fertilizantes devido ao aumento dos preços. Segundo o Relatório Global Agrícola da Rede de Informações do Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA, a área plantada com soja deve atingir 17 milhões de hectares para uma produção de 51 milhões de toneladas no ano-safra 2022-23.

O USDA prevê um aumento de 650.000 hectares, ou 4%, na área plantada com soja em comparação com a safra anterior, e uma produção total 24% maior em relação à safra de 2021-22, que foi afetada pela seca.

Embora a previsão para 2022-23 considere um retorno ao clima normal, alguns analistas alertam para a possibilidade de um terceiro ano de La Niña, o que geralmente resulta em condições de cultivo mais secas na Argentina. A expansão da área plantada de soja ocorrerá em detrimento do milho, devido aos custos elevados de fertilizantes e à necessidade de rotação de culturas em algumas regiões.

A expectativa é de que a moagem de soja atinja 41,5 milhões de toneladas em 2022-23, um aumento de 6,7% em relação à safra revisada de 2021-22. A produção doméstica e as importações de soja devem impulsionar esse aumento, após uma queda na moagem de 2021-22 devido à escassez causada pela seca na Argentina e no Paraguai.

Os trituradores de soja na Argentina enfrentam o desafio de atender à demanda por proteína no farelo, pois a média de proteína na soja argentina tem diminuído nos últimos anos e as importações de soja com alto teor de proteína do Paraguai devem ser significativamente reduzidas no próximo ano, de acordo com o USDA.