Associação critica proibição do Ibama ao Tiametoxam, ressaltando descumprimento de normas regulatórias vigentes
A Aprosoja manifestou preocupação com a decisão recente do Ibama de iniciar um processo de reavaliação do Tiametoxam, um neonicotinoide essencial para a proteção das plantações no Brasil. Mesmo sem haver uma alternativa viável para garantir a segurança das lavouras, o Ibama está caminhando para a proibição do produto, o que resultaria em prejuízos significativos para a agricultura, aumento de custos e menor eficácia no combate às pragas.
Os neonicotinoides, como o Tiametoxam, são inseticidas altamente eficazes usados para controlar pragas que ameaçam culturas importantes como soja, algodão e milho, como o percevejo, o bicudo e a cigarrinha. Eles são reconhecidos pela sua eficácia e por serem menos tóxicos se comparados com outras opções disponíveis no mercado.
Embora o Ibama baseie sua decisão no princípio da precaução, citando a mortalidade de abelhas na Europa como uma preocupação central, a Aprosoja ressalta que a proibição dos neonicotinoides no continente não reverteu o declínio da população de abelhas. Os cientistas ainda não identificaram uma causa específica para esse declínio, apontando diversos fatores como perda de habitat, poluição e doenças.
A Aprosoja destaca que a proibição do Tiametoxam pelo Ibama desconsidera as normas regulatórias existentes, que atribuem ao Ministério da Agricultura a responsabilidade de decisões técnicas e regulatórias sobre agrotóxicos. A associação ressalta a importância de uma abordagem embasada em evidências científicas sólidas na regulação de pesticidas, visando garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor agrícola brasileiro.
Adicionalmente, a Aprosoja pontua que o Ibama não apresentou estudos que comprovem o impacto dos neonicotinoides sobre as abelhas no Brasil, mesmo admitindo que não há registros oficiais de mortalidade de abelhas relacionados ao uso autorizado desses pesticidas no país.
A decisão do Ibama de proibir o Tiametoxam poderia resultar em um aumento do uso de inseticidas organofosforados e piretróides, menos seletivos e prejudiciais aos insetos benéficos, reduzindo a eficácia dos mecanismos naturais de controle de pragas. A Aprosoja destaca que tal proibição vai contra os interesses ambientais do Brasil, colocando em risco a segurança alimentar e a sustentabilidade da agricultura no país.