Desidratação: um perigo mortal para bezerras

Os quatro estágios da desidratação em bezerras leiteiras doentes

Desidratação: um perigo mortal para bezerras

A desidratação em bezerras leiteiras doentes é classificada em quatro estágios diferentes, cada um relacionado a uma porcentagem específica de perda de água e mostrando sinais clínicos característicos. No estágio 1 (Leve), com desidratação de 5 a 6%, não há sinais clínicos evidentes. No estágio 2 (Moderada), com desidratação de 6 a 8%, surgem olhos fundos, perda da elasticidade da pele e mucosas orais secas.

No estágio 3 (Severo), com desidratação de 8 a 10%, ocorre perda de peso, olhos fundos mais pronunciados, mucosas secas e aumento no pulso. Por fim, no estágio 4 (Choque Hipovolêmico), com desidratação de 10 a 14%, são observados sintomas graves como coma, extremidades frias e pulso reduzido. Essa classificação possibilita um manejo diferenciado para cada estágio, atentando para os diferentes riscos à sobrevivência da bezerra.

É um problema frequente em meios rurais, sendo apontada como a enfermidade mais comum entre bezerras durante a amamentação, de acordo com pesquisa de 2023 do Programa Alta Cria, abrangendo 96% das propriedades. Geralmente iniciando de forma branda (estágio 1 ou 2), a diarreia neonatal pode evoluir rapidamente para quadros graves, podendo até resultar em óbito. A desidratação desempenha um papel crucial como principal causa de mortalidade nesses casos. Portanto, é altamente recomendado iniciar imediatamente o protocolo de reidratação ao identificar diarreia, podendo, em alguns casos, resolver o problema sem a necessidade de medicação adicional. Essa intervenção precoce é fundamental para evitar a progressão do quadro clínico e preservar a saúde das bezerras.

Essas informações foram compartilhadas por Rafael Azevedo, gerente de neonatos da Alta, Ana Luiza Resende, da Universidade Federal de Varginha, e Paula Tiveron, coordenadora de neonatos da Alta.