O impacto das alterações climáticas no mundo e suas consequências imprevisíveis
A contaminação pelo fungo Sporothrix brasiliensis, descoberto no Brasil, despertou atenção no Rio de Janeiro, onde os primeiros casos de infecção foram registrados através da transmissão por gatos de rua. A popularidade da série The Last of Us (HBO) levou muitas pessoas a se interessarem pelo mundo dos fungos, que é explorado nesse programa de ficção científica norte-americano baseado em um jogo de videogame. Nesse cenário apocalíptico, a humanidade é afetada por um fungo capaz de invadir e controlar o sistema neurológico, resultando em mutações e transformando as pessoas em zumbis.
Na narrativa de The Last of Us, os fungos Cordyceps e Ophiocordyceps são os vilões responsáveis por infectar insetos, controlando seus sistemas nervosos e causando deformações. Porém, esses microrganismos não conseguem colonizar seres humanos devido à nossa temperatura corporal média de 37 graus, que não é ideal para a sobrevivência desses fungos que preferem ambientes mais próximos dos 30 graus.
Apesar disso, o cenário pode mudar com as consequências das mudanças climáticas globais. O aumento da temperatura média do planeta poderia selecionar fungos resistentes ao calor, tornando-os ainda mais fortes e capazes de colonizar seres humanos. Esse problema já tem sido observado na agricultura, onde fungos estão se tornando resistentes aos fungicidas utilizados pelos produtores para controlar doenças, como a ferrugem asiática na soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O desenvolvimento de novas moléculas para combater esses patógenos é um processo demorado, controlado e sujeito a burocracia, podendo levar décadas para ser concluído.