Entidades públicas e privadas têm responsabilidade nos conflitos agrários, aponta CPT
De acordo com informações recentes divulgadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram registrados 2.203 conflitos agrários no país no último ano. Esse número representou uma redução em comparação ao ano anterior, no qual foram computados 2.130 casos. Em 2023, os estados com maior incidência de conflitos foram Bahia, Pará, Maranhão, Rondônia e Goiás, com 249, 227, 206, 186 e 167 casos, respectivamente.
A diversidade geográfica e socioeconômica do Brasil fica evidente por meio desses números, demonstrando que os conflitos agrários não se restringem a uma localidade específica. Os principais tipos de conflito reportados foram a pistolagem, com 264 casos, e a destruição de propriedades, ocorrida 101 vezes.
Segundo dados da CPT, tanto entidades privadas quanto públicas estão envolvidas nos conflitos agrários. As pessoas físicas e empresas privadas responderam por 59,94% dos casos de violência em 2023, enquanto 22,54% foram atribuídos ao Estado. Houve uma redução no número de assassinatos em áreas rurais, totalizando 31 homicídios em 2023, em comparação com os 47 registrados no ano anterior. Essa queda é relevante e traz um alívio para as comunidades rurais que enfrentam há tempos a violência e a impunidade.
Ao longo da última década, os números de assassinatos no campo têm oscilado, porém em 2023 foi registrado o menor índice de homicídios desde 2020, quando foram contabilizadas 21 mortes. Ainda assim, existem desafios importantes a serem superados para assegurar a segurança e a proteção dos trabalhadores rurais no Brasil.