Coinoculação: benefícios em condições adversas, como doenças, toxidez por metais pesados, seca e salinidade
Recentes estudos liderados por pesquisadores como Mariângela Hungria na Embrapa Soja evidenciaram a importância da coinoculação na agricultura brasileira, sobretudo na cultura da soja. A prática, que consiste na adição conjunta da bactéria Azospirillum brasilense juntamente com rizóbios, apresentou resultados superiores à inoculação simples, promovendo melhorias no desenvolvimento das plantas tanto acima quanto abaixo do solo.
Outra pesquisa relevante, liderada por Franquiéle Bonilha da Silva, Doutora em Ciência do Solo, demonstrou que a coinoculação pode aumentar a produtividade de grãos em culturas como feijão e grão-de-bico em até 34% e 19%, respectivamente. Embora o incremento na soja seja mais modesto, cerca de 2%, os benefícios são evidentes, especialmente quando se considera aspectos como segurança alimentar e eficiência agrícola.
O estudo compilou informações de 123 trabalhos realizados em 32 países, ressaltando a eficácia da coinoculação em diferentes condições de solo e culturas. Gêneros bacterianos como Pseudomonas, Bacillus e Azospirillum foram apontados como os mais eficazes na melhoria da produtividade, corroborando pesquisas desenvolvidas na Embrapa Soja.
Segundo a pesquisa da Dra. Franquiéle, a coinoculação favorece o crescimento das plantas inclusive em condições adversas, como presença de doenças, toxicidade por metais pesados, seca e principalmente salinidade. Além disso, em qualquer tipo de solo, especialmente os de baixo teor de carbono, contribui para a recuperação de ambientes degradados.