Técnica de reprodução dos sinais vibracionais emitidos pelos insetos por meio da digitalização
Uma nova alternativa tecnológica está surgindo para lidar com as pragas agrícolas, particularmente os percevejos da família Pentatomidae, como os marias-fedidas ou fede-fede. A novidade está no emprego de sinais vibratórios como uma ferramenta eficaz de controle. Esses sinais, originalmente utilizados pelos insetos para se comunicarem, foram digitalizados e reproduzidos artificialmente.
A abordagem consiste em digitalizar os sinais vibratórios emitidos pelos insetos e reproduzi-los continuamente para interferir em seu comportamento, podendo atraí-los ou afastá-los. Isso possibilita a manipulação comportamental e o controle das pragas em áreas de cultivo, reduzindo sua densidade populacional.
Os sinais vibratórios têm um papel fundamental na comunicação dos percevejos, permitindo a troca de informações sobre acasalamento, receptividade e distribuição no espaço, principalmente em distâncias curtas ou moderadas. Estudos indicam que esses sinais, com frequências entre 60 e 130 Hz, são gerados no abdômen dos insetos e transmitidos para as plantas através de suas patas. Isso sugere que o uso dessas vibrações pode ser uma alternativa interessante ou complementar aos feromônios, substâncias químicas habitualmente utilizadas em armadilhas para monitorar pragas agrícolas.
Além disso, sinais vibratórios com propriedades repelentes ou que interferem na comunicação têm o potencial de serem empregados no manejo dessas pragas, seguindo um sistema semelhante ao da confusão sexual para interromper o acasalamento, sem a necessidade de substâncias químicas.