Durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2023, o CEO da Bayer, Bill Anderson, revelou que a empresa está intensificando seus esforços para lidar com as ações legais relacionadas ao herbicida Roundup. Ele enfatizou que o litígio atual está impactando significativamente as finanças da empresa, com acordos, julgamentos e custos de defesa representando um "enorme fardo".

Para os próximos meses, resolver esses processos será uma das "prioridades estratégicas" da Bayer, segundo Anderson. Apesar de ter vencido nove processos consecutivos, a empresa enfrentou três derrotas seguidas relacionadas ao Roundup, sendo a mais recente uma condenação de 332 milhões de dólares, reduzida posteriormente para 28 milhões de dólares. Isso ocorreu em um caso no qual um homem alegou que o Roundup causou câncer.

O CFO da Bayer AG, Wolfgang Nickl, informou que, excluindo os custos do litígio, a empresa teria gerado aproximadamente 5 bilhões de euros (5,4 bilhões de dólares) em fluxo de caixa anualmente. No momento, a Bayer reservou 6,3 bilhões de dólares para pagamentos relacionados ao glifosato, com cerca de 54.000 casos pendentes.

Além dos problemas com o Roundup, a Bayer também enfrenta litígios relacionados aos bifenilos policlorados (PCBs), compostos anteriormente produzidos pela Monsanto, adquirida pela Bayer em 2018. Enquanto Anderson expressou a expectativa de que os litígios envolvendo os PCBs diminuam com o tempo, a empresa pretende se defender firmemente nos casos individuais.

Para lidar com essas questões, a estratégia da Bayer envolve a contratação de novos advogados externos, a inclusão de um especialista em litígios no Conselho de Supervisão e uma abordagem mais abrangente, incluindo partes interessadas nas políticas públicas. Anderson ressaltou que a empresa não ficará restrita a apenas uma estratégia de defesa, mas buscará ativamente soluções extrajudiciais, incluindo uma maior interação com as partes envolvidas.