Impacto da pressão nos preços e da baixa demanda internacional
A estimativa da safra argentina de milho em 56 milhões de toneladas feita pelo USDA parece plausível considerando a qualidade reportada das lavouras. Com a previsão da safra de inverno brasileira em 124 milhões de toneladas e uma demanda internacional em declínio, os produtores se veem diante da possibilidade de uma quebra na safra de inverno ou de um aumento na demanda. Caso a safra de inverno transcorra sem grandes problemas, é provável que haja uma pressão baixista adicional sobre a commodity, em um momento em que todos estão atentos à segunda safra.
Em relação às exportações de milho brasileiro, o programa de exportação ainda não deslanchou devido à falta de demanda e à competitividade do milho norte-americano, que está mais barato. As transações pontuais acontecem principalmente com usinas de etanol em Mato Grosso e no mercado interno de proteína animal. Apesar da relutância dos produtores em vender o milho, os armazéns estão cheios, e apenas negociações pontuais estão ocorrendo. Não há indicações de mudança nesse cenário para esta semana.
A demanda chinesa por importação também está em baixa, devido à colheita local e ao preço acessível do farelo de soja. Mesmo com estoques e margens ajustadas nas esmagadoras chinesas, a demanda por farelo aumentou, o que tem refletido na quantidade de farelo na ração para suínos. Além disso, a Ucrânia tem suprido as necessidades de milho da China a curto prazo, exportando quantidades modestas. Esses fatores continuam exercendo pressão negativa sobre os preços da commodity.
Quanto ao mercado, após uma semana de considerável alta na bolsa, sem grande impacto no mercado físico, provavelmente passaremos por mais uma semana com baixa demanda e resistência às vendas que irão reduzir os preços.