Preços impactados pela redução da safra brasileira e recuperação de Chicago
No Brasil, os preços da soja estagnaram, porém, começaram a sinalizar possíveis altas no futuro devido à recuperação de Chicago e aos prêmios mais atrativos nos portos nacionais, conforme o CEEMA. Já no segundo semestre, os prêmios apresentam uma leve melhora. Além disso, o câmbio brasileiro tem se mantido em torno de R$ 5,00 por dólar nos últimos dias, aliviando a pressão de valorização do Real.
Uma contribuição significativa para essa possível nova tendência foi o recente relatório da Conab, que apontou uma nova redução na safra de soja no Brasil, estimando 146,8 milhões de toneladas, quase três milhões a menos do que a estimativa anterior. Essa diferença em relação ao relatório do USDA é de quase 10 milhões de toneladas. Além disso, se confirmada, essa safra será 5% menor que a do ano anterior.
No momento, as vendas da safra atual de soja atingiram 36,6% do total esperado nesta última semana, comparado a 35,4% no mesmo período do ano passado e 50,1% na média histórica, de acordo com Safras & Mercado. A colheita no Brasil alcançou 55% da área, sendo 90,4% no Mato Grosso, conforme dados da AgRural e Imea.
Embora seja cedo para prever com certeza, alguns analistas brasileiros já começam a considerar a possibilidade de uma recuperação nos preços da soja entre março e novembro, devido aos fatores mencionados anteriormente, bem como à influência da safra futura dos EUA e às condições climáticas naquele país, cujo plantio começa em maio.
A Cogo Inteligência em Agronegócio destaca que essa nova dinâmica nos preços internos da soja pode elevar o valor do saco do produto para R$ 125,00 a R$ 135,00 no segundo semestre. Prevê-se um período de grande volatilidade no mercado nos próximos meses. A exportação brasileira de soja para março é estimada em 13,7 milhões de toneladas, conforme a Anec, o que representa uma queda de 726.900 toneladas em relação a março de 2023.